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Médicos vão à rua por bebê seguro no carro
Campanha de ortopedistas incentiva o uso de cadeirinha e cinto de segurança para transportar crianças
Rodrigo Paiva/Folha Imagem
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Motorista recebe panfleto com orientações para o transporte seguro de crianças |
DA REPORTAGEM LOCAL
Agitação no carro preto da
veterinária Elizabeth Desiati,
38. Em pé, o filho e a sobrinha
dela, 5 e 6 anos, respectivamente, conversavam, animados, enquanto a mãe esperava o semáforo abrir na esquina da rua
Pamplona com a alameda Lorena, no Jardim Paulista (zona
oeste de São Paulo). "Por favor,
onde está a cadeirinha das
crianças?", ouve. "Acabei de colocar no porta-malas", responde a veterinária, meio constrangida, sobre o motivo pelo
qual deixara as crianças sem
cinto de segurança e sem a cadeirinha no banco de trás.
A exemplo de outros tantos
motoristas, Elizabeth foi uma
das alertadas ontem, Dia Nacional da Criança Protegida no
Carro, por uma equipe de ortopedistas, estudantes de medicina e voluntários, participantes
de uma campanha nacional da
SBOT (Sociedade Brasileira de
Ortopedia e Traumatologia).
Em São Paulo, cerca de 9.000
folhetos seriam distribuídos.
Além da esquina da Pamplona
com a Lorena, o grupo orientou
motoristas na esquina da Lorena com a avenida Nove de Julho. "Estamos alertando para a
necessidade do uso de equipamentos de segurança infantil.
Enquanto um equipamento
custa em torno de R$ 700, um
tratamento em caso de acidente pode custar R$ 4 milhões durante toda a vida. Prevenir vale
a pena", afirmou o médico ortopedista Edgard dos Santos Pereira, presidente da regional da
SBOT em São Paulo.
Com ele, cerca de 20 pessoas
ajudavam a distribuir os panfletos. Gente como a advogada
Iraci Sanchez Pereira, mulher
de ortopedista e voluntária, que
avaliava como "boa" a receptividade. "Tinha motorista sem
cinto que, quando nos via, colocava cinto. Quando explicávamos o porquê do movimento,
eles aderiam", afirmou.
A empresária Ana Paula Cardoso de Sá, 32, não precisou ser
convencida. Acompanhada pela filha Ana Chiara, 5, ela diz
usar a cadeirinha no banco de
trás desde sempre. "Eu falo para ela que, se sair fora da cadeira, a polícia prende o carro e a
gente não vai mais poder passear", afirmou ela, mãe de uma
outra menina, de 3 anos.
O arquiteto Miguel Victor,
50, é outro defensor do equipamento. "A criança chia, mas
tem que incentivar o uso. Porque senão você cria na criança
uma cultura de desobediência."
Inúmeros motoristas recusaram, com os vidros escuros fechados, os folhetos distribuídos
pela associação.
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