São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2006

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Médicos vão à rua por bebê seguro no carro

Campanha de ortopedistas incentiva o uso de cadeirinha e cinto de segurança para transportar crianças

Rodrigo Paiva/Folha Imagem
Motorista recebe panfleto com orientações para o transporte seguro de crianças


DA REPORTAGEM LOCAL

Agitação no carro preto da veterinária Elizabeth Desiati, 38. Em pé, o filho e a sobrinha dela, 5 e 6 anos, respectivamente, conversavam, animados, enquanto a mãe esperava o semáforo abrir na esquina da rua Pamplona com a alameda Lorena, no Jardim Paulista (zona oeste de São Paulo). "Por favor, onde está a cadeirinha das crianças?", ouve. "Acabei de colocar no porta-malas", responde a veterinária, meio constrangida, sobre o motivo pelo qual deixara as crianças sem cinto de segurança e sem a cadeirinha no banco de trás.
A exemplo de outros tantos motoristas, Elizabeth foi uma das alertadas ontem, Dia Nacional da Criança Protegida no Carro, por uma equipe de ortopedistas, estudantes de medicina e voluntários, participantes de uma campanha nacional da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia).
Em São Paulo, cerca de 9.000 folhetos seriam distribuídos. Além da esquina da Pamplona com a Lorena, o grupo orientou motoristas na esquina da Lorena com a avenida Nove de Julho. "Estamos alertando para a necessidade do uso de equipamentos de segurança infantil. Enquanto um equipamento custa em torno de R$ 700, um tratamento em caso de acidente pode custar R$ 4 milhões durante toda a vida. Prevenir vale a pena", afirmou o médico ortopedista Edgard dos Santos Pereira, presidente da regional da SBOT em São Paulo.
Com ele, cerca de 20 pessoas ajudavam a distribuir os panfletos. Gente como a advogada Iraci Sanchez Pereira, mulher de ortopedista e voluntária, que avaliava como "boa" a receptividade. "Tinha motorista sem cinto que, quando nos via, colocava cinto. Quando explicávamos o porquê do movimento, eles aderiam", afirmou.
A empresária Ana Paula Cardoso de Sá, 32, não precisou ser convencida. Acompanhada pela filha Ana Chiara, 5, ela diz usar a cadeirinha no banco de trás desde sempre. "Eu falo para ela que, se sair fora da cadeira, a polícia prende o carro e a gente não vai mais poder passear", afirmou ela, mãe de uma outra menina, de 3 anos.
O arquiteto Miguel Victor, 50, é outro defensor do equipamento. "A criança chia, mas tem que incentivar o uso. Porque senão você cria na criança uma cultura de desobediência."
Inúmeros motoristas recusaram, com os vidros escuros fechados, os folhetos distribuídos pela associação.


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