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Câmara proporá à Sabesp trocar dívida de R$ 1 bi por contrato
Casa quer impor condições para aceitar acordo formal
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara Municipal vai impor uma série de condições para que a Sabesp continue explorando os serviços de saneamento na cidade de São Paulo.
Entre os itens do projeto
substitutivo que deve ir a plenário amanhã, os vereadores
pedem que a empresa controlada pelo governo do Estado perdoe uma dívida de quase R$ 1
bilhão da prefeitura, garanta
investimentos mínimos na cidade, pratique tarifas sociais
em áreas carentes e não seja
privatizada.
Nos últimos quase cem anos,
o Estado operou os serviços de
saneamento na capital sem
contrato formal. O objetivo do
projeto de lei, que já passou em
primeiro turno -espera apenas votação final-, é regularizar essa situação.
Em vez de abrir concorrência, que daria espaço para que
outras empresas disputassem o
contrato, o prefeito Gilberto
Kassab (DEM) decidiu se acertar com a companhia estadual,
controlada pelo governo de seu
aliado José Serra (PSDB).
Inicialmente, o projeto de lei
enviado pelo Executivo tinha
apenas três artigos, sem exigências. Após discussões e uma
mudança de orientação do próprio prefeito, os vereadores decidiram impor condições.
Dos R$ 6,5 bilhões faturados
anualmente pela Sabesp em todo o Estado, 56% saem dos serviços prestados na capital -ou
seja, cerca de R$ 3,6 bilhões. A
empresa investiu R$ 606 milhões na cidade no ano passado.
Esse descompasso entre o
que a empresa arrecada e o que
investe incentivou os vereadores a pedir mais contrapartidas.
Em audiência pública realizada ontem pela Comissão de
Finanças da Câmara, o presidente da Sabesp, Gesner Oliveira, afirmou que a empresa pretende investir R$ 15 bilhões na
capital nos próximos 30 anos.
"É plausível que haja um
comprometimento com as contrapartidas", disse.
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