São Paulo, terça-feira, 26 de maio de 2009

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Estudantes invadem a reitoria da USP

Segundo os manifestantes, direção impediu que representantes participassem de reunião sobre negociação salarial

Alunos quebraram 3 portas de vidro e arrancaram persianas, mas não conseguiram chegar à parte principal; USP estima prejuízo de R$ 10 mil


Yuri Gonzaga/Folha Imagem
Alunos durante invasão à reitoria da USP, na Cidade Universitário; ato acabou no final da tarde

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Estudantes de USP, Unesp e Unicamp invadiram ontem a reitoria da USP, na Cidade Universitária (zona oeste de SP), durante protesto que incluía professores e funcionários das três universidades -eles não participaram da invasão.
Em 2007, alunos da USP invadiram a reitoria em protesto contra decreto estadual que, na avaliação deles e de professores, feria a autonomia da universidade. Só deixaram o prédio 50 dias depois.
O ato de ontem deveria acompanhar uma reunião entre o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de SP) e o Fórum das Seis, que representa alunos, docentes e funcionários das instituições. A reunião, marcada para as 14h30 para negociação salarial, acabou adiada -os funcionários estão em greve desde o dia 5.
Na semana passada, os reitores ofereceram 6% de aumento. Servidores e docentes pedem 16% e aumento fixo de R$ 200.
Segundo os alunos, a reitoria da USP impediu que três dos seis estudantes que têm representação no fórum e um dirigente do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), demitido em dezembro, participassem da negociação. A USP disse ter barrado só o ex-funcionário.
O Sintusp diz que o diretor Claudionor Brandão, apesar de ex-funcionário, é representante do sindicato. Na reunião, pretendia que fosse reavaliada sua demissão, que, para o Sintusp, ocorreu por motivos políticos. A USP não comenta o caso, afirmando que não pode divulgar os motivos da demissão.
Cerca de cem estudantes invadiram o local por volta das 15h. Quebraram três portas de vidro, mas não conseguiram chegar à parte principal do prédio. Persianas também foram arrancadas. A USP estima um prejuízo de R$ 10 mil.
Os alunos participariam da reunião para discutir, entre outras coisas, a criação de cursos a distância na USP. Eles são contrários à medida, pois dizem que essa modalidade não permite que os estudantes utilizem a estrutura da universidade, como bibliotecas.
Na manifestação, alguns usavam carcaças de monitores nas cabeças, simbolizando os cursos dados pela internet.
Às 16h, a Polícia Militar chegou ao local. A tropa de choque também foi deslocada para a USP. Não houve confronto.
Os cerca de 300 estudantes que estavam no ato decidiram, em assembleia, desocupar o prédio, o que ocorreu às 19h.
Hoje, os funcionários e os docentes da USP fazem assembleias. Os professores podem entrar em greve.


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