São Paulo, terça-feira, 26 de maio de 2009

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Pernilongo do Pinheiros está maior, diz USP

Pesquisa do Instituto de Ciências Biomédicas indica que o mosquito da área do rio está mais resistente aos inseticidas

Secretaria Municipal da Saúde afirma desconhecer o trabalho, mas diz ter um Programa Municipal de Controle desses insetos


DA REPORTAGEM LOCAL

O pernilongo que atormenta moradores dos arredores do rio Pinheiros está maior e mais resistente a inseticidas. Essa é a conclusão de pesquisa realizada pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP sobre como se comportam as populações do mosquito, o Culex quinquefasciatus, na região do rio, que corta as zonas sul e oeste de SP.
Para os pesquisadores, é preciso que o Centro de Controle de Zoonoses, órgão da prefeitura responsável pelo combate ao inseto, reveja suas estratégias. Além de fazer uma troca periódica do inseticida, seria necessário deixar as margens livres de mato, combater a poluição e aumentar a velocidade da água, porque o inseto se reproduz em água parada.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde diz que desconhece a pesquisa, mas que já mantém o Programa Municipal de Controle do Culex nas margens do Pinheiros. Queixas podem ser encaminhadas ao telefone 156 no site http:// sac.prefeitura.sp.gov.br.
Conhecido como pernilongo ou muriçoca, o Culex quinquefasciatus se esconde durante o dia atrás de móveis e cortinas e ataca mais durante a noite.
Segundo a pesquisa, o rio Pinheiros é um dos ambientes preferidos pelo pernilongo por causa dos altos índices de poluição da água por esgoto doméstico, conforme avaliação do biólogo e professor de pós-graduação Lincoln Suesdek.
Houve, segundo a pesquisa, "surpreendentemente", um aumento da resistência aos inseticidas do Centro de Controle de Zoonoses. A pesquisa concluiu ainda que o tamanho do inseto vem aumentando, provavelmente porque subiu a oferta de alimento -esgoto sem tratamento.
Os pernilongos ficaram cerca de 20% maiores do que os encontrados em outras regiões, mudança verificada após coletas feitas por pesquisadores desde 2004 no rio Pinheiros.
Suesdek alerta que o inseto vem apresentando facilidade em se adaptar a novos ambientes e também aos inseticidas mais comumente usados.
"Verificamos que o inseto está evoluindo muito rapidamente, bem mais do que se imaginava. Acreditava-se que esse processo era mais lento", diz.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)


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