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Pernilongo do Pinheiros está maior, diz USP
Pesquisa do Instituto de Ciências Biomédicas indica que o mosquito da área do rio está mais resistente aos inseticidas
Secretaria Municipal da Saúde afirma desconhecer
o trabalho, mas diz ter um Programa Municipal de Controle desses insetos
DA REPORTAGEM LOCAL
O pernilongo que atormenta
moradores dos arredores do rio
Pinheiros está maior e mais resistente a inseticidas. Essa é a
conclusão de pesquisa realizada pelo Instituto de Ciências
Biomédicas da USP sobre como
se comportam as populações
do mosquito, o Culex quinquefasciatus, na região do rio, que
corta as zonas sul e oeste de SP.
Para os pesquisadores, é preciso que o Centro de Controle
de Zoonoses, órgão da prefeitura responsável pelo combate ao
inseto, reveja suas estratégias.
Além de fazer uma troca periódica do inseticida, seria necessário deixar as margens livres
de mato, combater a poluição e
aumentar a velocidade da água,
porque o inseto se reproduz em
água parada.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde diz que desconhece a pesquisa, mas que já
mantém o Programa Municipal
de Controle do Culex nas margens do Pinheiros. Queixas podem ser encaminhadas ao telefone 156 no site http://
sac.prefeitura.sp.gov.br.
Conhecido como pernilongo
ou muriçoca, o Culex quinquefasciatus se esconde durante o
dia atrás de móveis e cortinas e
ataca mais durante a noite.
Segundo a pesquisa, o rio Pinheiros é um dos ambientes
preferidos pelo pernilongo por
causa dos altos índices de poluição da água por esgoto doméstico, conforme avaliação do
biólogo e professor de pós-graduação Lincoln Suesdek.
Houve, segundo a pesquisa,
"surpreendentemente", um
aumento da resistência aos inseticidas do Centro de Controle
de Zoonoses. A pesquisa concluiu ainda que o tamanho do
inseto vem aumentando, provavelmente porque subiu a
oferta de alimento -esgoto
sem tratamento.
Os pernilongos ficaram cerca
de 20% maiores do que os encontrados em outras regiões,
mudança verificada após coletas feitas por pesquisadores
desde 2004 no rio Pinheiros.
Suesdek alerta que o inseto
vem apresentando facilidade
em se adaptar a novos ambientes e também aos inseticidas
mais comumente usados.
"Verificamos que o inseto está evoluindo muito rapidamente, bem mais do que se imaginava. Acreditava-se que esse processo era mais lento", diz.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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