Assaltos em Sumaré e Vila Olímpia, bairros de classe média na zona oeste, terminam com três policiais baleados

Em um deles, ladrões roubam e baleiam PM reformado na saída de banco; no outro, grupo é perseguido pelas ruas

DO "AGORA"
DE SÃO PAULO

Dois assaltos em bairros nobres de São Paulo ontem à tarde, ambos na zona oeste -um no Sumaré e outro na Vila Olímpia-, resultaram em tiroteios e deixaram três policiais militares baleados.
Uma das vítimas é o PM reformado Raul Natuba Filho, ferido a tiros quando deixava um banco na Vila Olímpia. Segundo a polícia, ele foi abordado por ocupantes de duas motos, por volta das 14h, ao sair de uma agência do Itaú na rua Olimpíadas.
Baleado no abdômen, no braço e na virilha, ele foi socorrido no Hospital Santa Paula -até ontem à noite, ele continuava internado, mas não corria risco de morte.
A vítima teria, segundo a polícia, sacado R$ 120 mil do banco, dinheiro que pertencia a uma empresa do bairro, cujo nome não foi informado pela Polícia Militar.
De acordo com policiais, Natuba tinha uma arma e reagiu ao assalto. Os ladrões fugiram com o dinheiro. Testemunhas afirmaram à PM que um dos suspeitos também foi atingido no tiroteio.
Procurado, o Itaú informou, pela assessoria, que não comentaria a ocorrência.

"SAIDINHA DE BANCO"
O crime, conhecido como "saidinha de banco", tem se tornado comum na capital nos últimos meses. Somente neste ano, ao menos oito pessoas foram baleadas, entre vítimas e suspeitos, em assaltos do tipo. Ninguém morreu.
Desde janeiro, ocorreram pelo menos seis crimes com essa característica na capital, sendo dois na região central, dois na oeste, um na sul, um na leste e outro na norte -11 suspeitos foram presos.

PERSEGUIÇÃO
Em outro tiroteio com feridos ontem em bairro nobre da cidade, dois policiais militares foram baleados por assaltantes, que fugiram após serem perseguidos pela PM nas ruas da zona oeste.
O alvo do assalto era a produtora de vídeo Manufatura da Cultura, que fica na rua Cardoso de Almeida, uma das principais vias da região.
Os assaltantes haviam invadido a empresa e fugiam, quando se depararam com uma equipe da Polícia Militar, que tinha sido acionada por testemunhas do roubo.
Segundo a corporação, os criminosos atiraram, e os PMs revidaram. Um cabo e um soldado ficaram feridos -um foi atingido no braço e o outro, na perna. Durante a fuga, os assaltantes abandonaram o carro e roubaram outro. Eles teriam escapado pela marginal Pinheiros.
De acordo com funcionários da produtora, entre oito e dez pessoas estavam no local no momento do assalto, mas ninguém se feriu -foram roubados um celular e dinheiro, cujo valor não foi revelado. Segundo uma funcionária, os criminosos estavam bem vestidos e portavam pistolas 9mm.

ONDA DE VIOLÊNCIA
Os dois assaltos com feridos ontem na zona oeste vêm se somar a uma série de episódios semelhantes ocorridos na região nos últimos dias e que levou a Secretaria de Estado da Segurança Pública a determinar o reforço do policiamento na área, principalmente em Perdizes.
No ápice da onda de violência, o comerciante Allan Benites Cardoso, 34, foi morto no dia 11 em frente ao seu bar, na rua Apinajés, por um homem que roubou seu carro. Na mesma rua, oito dias antes, Renata de Queiroz, 25, levou dois tiros do assaltante que também levou seu carro.
A PM, que mobilizou policiais à paisana, da Força Tática (grupo de elite) e da Rocam (Ronda com o Apoio de Motocicletas) para reforçar o combate ao crime no bairro, afirmou que os índices mostram a criminalidade em queda e que a região é segura.


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