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Passageiros e taxistas criticam táxi adaptado
Deficientes físicos reclamam da escassez de veículos em São Paulo
Motoristas dizem que procura é pequena e que, após 1 ano e meio, prefeitura não criou os pontos previstos
ANDRÉ MONTEIRO
DE SÃO PAULO
MARINA GAMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mais de um ano depois de
os primeiros táxis adaptados
para o transporte de deficientes físicos começarem a rodar, o projeto ainda patina.
Diana Sabbag, 29, é cadeirante e usa o serviço com frequência. Ela elogia a atenção
dos motoristas e a segurança
dos táxis, mas diz que não
consegue marcar horários,
devido à falta de carros. "Perdi prova de faculdade e consulta no médico por isso."
No lançamento do programa, a prefeitura concedeu 80
licenças para o serviço, mais
40 de reserva, e diz que hoje
são 35 veículos à disposição.
A Folha fez um levantamento nas empresas cadastradas e constatou apenas 23
veículos disponíveis.
Taxistas dizem que a procura é baixa e não compensa
o investimento de R$ 100 mil
-preço do veículo adaptado.
Quando apresentou os táxis,
em fevereiro de 2009, o prefeito Gilberto Kassab (DEM)
disse acreditar que, após
chegar a 80 carros, a frota poderia ser ampliada.
Há dois meses, o secretário
da Pessoa com Deficiência,
Marcos Belizário, disse que
estavam superadas as "dificuldades iniciais, como a escassez de passageiros" e que
o serviço tinha potencial para ser expandido.
"A prefeitura prometeu
que haveria pontos em diferentes partes da cidade, em
hospitais, shoppings, rodoviária. Nenhum dos pontos
está disponível. Estamos pagando para trabalhar", diz o
taxista Rodnei Oliveira Silva.
O autônomo financiou o
veículo e diz enfrentar problemas para quitar a dívida.
"A prefeitura não deu nenhum financiamento especial para adaptar o carro. Não
estou conseguindo pagar tudo, meu nome está sujo."
Para Natalício Silva, presidente do sindicato dos taxistas, a prefeitura deveria oferecer subsídio a autônomos.
"A maioria dos táxis está
nas empresas porque elas
podem manter cinco ou seis
carros, mesmo com prejuízo,
numa frota com 300. O autônomo não tem condição."
OUTRO LADO
A Secretaria dos Transportes afirma que "eventualmente, por questões de manutenção do veículo ou problemas relativos ao condutor", é possível que nem todos os 35 táxis acessíveis autorizados estejam operando.
Diz ainda que solicitou a
criação de 15 a 20 pontos específicos ao Departamento
de Transportes Públicos. Por
ora, apenas o do aeroporto
de Congonhas está ativo.
Alguns taxistas disseram
cobrar taxa extra de até R$ 28
para corridas com hora marcada. Segundo a prefeitura, o
valor deve ser como o de radiotáxi (R$ 7) e o desrespeito
deve ser levado à polícia.
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