São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2010

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Passageiros e taxistas criticam táxi adaptado

Deficientes físicos reclamam da escassez de veículos em São Paulo

Motoristas dizem que procura é pequena e que, após 1 ano e meio, prefeitura não criou os pontos previstos

ANDRÉ MONTEIRO
DE SÃO PAULO

MARINA GAMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mais de um ano depois de os primeiros táxis adaptados para o transporte de deficientes físicos começarem a rodar, o projeto ainda patina.
Diana Sabbag, 29, é cadeirante e usa o serviço com frequência. Ela elogia a atenção dos motoristas e a segurança dos táxis, mas diz que não consegue marcar horários, devido à falta de carros. "Perdi prova de faculdade e consulta no médico por isso."
No lançamento do programa, a prefeitura concedeu 80 licenças para o serviço, mais 40 de reserva, e diz que hoje são 35 veículos à disposição.
A Folha fez um levantamento nas empresas cadastradas e constatou apenas 23 veículos disponíveis.
Taxistas dizem que a procura é baixa e não compensa o investimento de R$ 100 mil -preço do veículo adaptado. Quando apresentou os táxis, em fevereiro de 2009, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) disse acreditar que, após chegar a 80 carros, a frota poderia ser ampliada.
Há dois meses, o secretário da Pessoa com Deficiência, Marcos Belizário, disse que estavam superadas as "dificuldades iniciais, como a escassez de passageiros" e que o serviço tinha potencial para ser expandido.
"A prefeitura prometeu que haveria pontos em diferentes partes da cidade, em hospitais, shoppings, rodoviária. Nenhum dos pontos está disponível. Estamos pagando para trabalhar", diz o taxista Rodnei Oliveira Silva.
O autônomo financiou o veículo e diz enfrentar problemas para quitar a dívida. "A prefeitura não deu nenhum financiamento especial para adaptar o carro. Não estou conseguindo pagar tudo, meu nome está sujo."
Para Natalício Silva, presidente do sindicato dos taxistas, a prefeitura deveria oferecer subsídio a autônomos.
"A maioria dos táxis está nas empresas porque elas podem manter cinco ou seis carros, mesmo com prejuízo, numa frota com 300. O autônomo não tem condição."

OUTRO LADO
A Secretaria dos Transportes afirma que "eventualmente, por questões de manutenção do veículo ou problemas relativos ao condutor", é possível que nem todos os 35 táxis acessíveis autorizados estejam operando.
Diz ainda que solicitou a criação de 15 a 20 pontos específicos ao Departamento de Transportes Públicos. Por ora, apenas o do aeroporto de Congonhas está ativo.
Alguns taxistas disseram cobrar taxa extra de até R$ 28 para corridas com hora marcada. Segundo a prefeitura, o valor deve ser como o de radiotáxi (R$ 7) e o desrespeito deve ser levado à polícia.


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