São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 2011 |
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ULYSSES ALVES DE SOUZA (1933-2011) Um jornalista treinador de focas ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO Nas Redações pelas quais passou, Ulysses Alves de Souza exercia o papel de treinador dos focas, como são chamados os novos repórteres. Aproveitou a vocação de professor para ensinar as primeiras turmas de jornalismo da Universidade Metodista, na Grande SP, nos anos 70. Para alguns, porém, ele foi o terror das Redações, pela dureza com que tratava os novatos. Fazia-os reescrever inúmeras vezes o mesmo texto, e quando considerava o trabalho pronto, concluía: "Ótimo, agora já dá para jogar fora", enquanto amassava e jogava o papel no lixo. "À parte uma indesmentível dose de sadismo, esse rito de passagem tinha uma função: mostrar ao foca, feito de palhaço naquele momento, a seriedade de sua escolha", escreveu numa edição de 1987 da revista "Imprensa". Nascido em Quatá (SP), Ulysses cresceu na capital. Pensou em ser médico, chegou até a fazer cursinho, mas acabou prestando concurso para trabalhar nesta Folha. Aprovado, chegaria a chefe de reportagem. Depois, passaria pelo "O Estado de S. Paulo" e integraria as equipes que criaram o "Jornal da Tarde" e a "Veja". Numa carta ao leitor de 1972, é descrito pela revista como "cultor do texto conciso e irônico". Ulysses trabalhou ainda em "Realidade", "Gazeta Mercantil", "Correio Braziliense" e "Cruzeiro do Sul", de Sorocaba. Nos últimos 12 anos, sofria de Parkinson. Não aderira ao computador. Quando o filho queria esclarecer alguma dúvida, o pai recorria à enciclopédia. No domingo, morreu aos 78. Teve quatro filhos (dois de cada casamento) e neto. coluna.obituario@uol.com.br Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Ato lembra morte na USP Índice | Comunicar Erros |
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