São Paulo, quarta, 26 de maio de 1999

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Pitta volta atrás e já admite legalizar peruas clandestinas


GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local

O prefeito de São Paulo, Celso Pitta, voltou atrás na sua decisão e afirmou ontem que deverá sancionar a lei que regulariza mais 1.800 peruas clandestinas na cidade.
Com a medida, Pitta estará contrariando parecer da Secretaria Municipal dos Transportes e entrando em confronto direto com as empresas de ônibus da cidade.
A decisão de aumentar a frota de peruas acontece no mesmo período em que a prefeitura estuda uma corte de 10% na frota de ônibus da cidade (10.800 veículos).
A SPTrans (empresa que gerencia o transporte municipal) informou que o objetivo é baixar os custos, que aumentaram por causa da queda de passageiros. Dados da empresa revelam que a redução acumulada desde 95 é de 40%. O número de usuários diários caiu de 6,7 milhões para 4 milhões.
Como o sistema mantém a mesma frota, a prefeitura foi obrigada a aumentar o subsídio para compensar a queda de receita. Segundo o Transurb (sindicato das empresas de ônibus), a queda da receita está sendo provocada principalmente pela perda de passageiros para as peruas clandestinas. São Paulo tem 2.300 peruas regularizadas e 10 mil clandestinas. A lei aprovada pela Câmara prevê a existência de 4.500 lotações regularizadas.
Ao defender a regulamentação de mais peruas clandestinas, Pitta está voltando atrás na sua posição. A prefeitura orientou a sua base governista a votar contra o transporte de lotação em 97, quando a Câmara Municipal aprovou lei que congelava o número de peruas em 2.700 veículos.
Pitta também havia dito que iria vetar a lei que regulariza mais 1.800 peruas. A mudança de opinião acontece após o arquivamento do pedido de início do processo de impeachment, quando o prefeito tenta recuperar a imagem da administração. "Temos a decisão de rever a primeira posição de vetar a lei. Estou sensível ao trabalho feito por essas pessoas", disse Pitta.



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