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Pitta volta atrás e já admite legalizar peruas clandestinas
GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local
O prefeito de São Paulo, Celso
Pitta, voltou atrás na sua decisão e
afirmou ontem que deverá sancionar a lei que regulariza mais 1.800
peruas clandestinas na cidade.
Com a medida, Pitta estará contrariando parecer da Secretaria
Municipal dos Transportes e entrando em confronto direto com as
empresas de ônibus da cidade.
A decisão de aumentar a frota de
peruas acontece no mesmo período em que a prefeitura estuda uma
corte de 10% na frota de ônibus da
cidade (10.800 veículos).
A SPTrans (empresa que gerencia o transporte municipal) informou que o objetivo é baixar os custos, que aumentaram por causa da
queda de passageiros. Dados da
empresa revelam que a redução
acumulada desde 95 é de 40%. O
número de usuários diários caiu de
6,7 milhões para 4 milhões.
Como o sistema mantém a mesma frota, a prefeitura foi obrigada
a aumentar o subsídio para compensar a queda de receita. Segundo
o Transurb (sindicato das empresas de ônibus), a queda da receita
está sendo provocada principalmente pela perda de passageiros
para as peruas clandestinas. São
Paulo tem 2.300 peruas regularizadas e 10 mil clandestinas. A lei
aprovada pela Câmara prevê a
existência de 4.500 lotações regularizadas.
Ao defender a regulamentação
de mais peruas clandestinas, Pitta
está voltando atrás na sua posição.
A prefeitura orientou a sua base
governista a votar contra o transporte de lotação em 97, quando a
Câmara Municipal aprovou lei que
congelava o número de peruas em
2.700 veículos.
Pitta também havia dito que iria
vetar a lei que regulariza mais 1.800
peruas. A mudança de opinião
acontece após o arquivamento do
pedido de início do processo de
impeachment, quando o prefeito
tenta recuperar a imagem da administração. "Temos a decisão de
rever a primeira posição de vetar a
lei. Estou sensível ao trabalho feito
por essas pessoas", disse Pitta.
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