São Paulo, quarta, 26 de maio de 1999

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Caldeira Brant morre em São Paulo aos 58 anos

da Reportagem Local

Morreu ontem em São Paulo, aos 58 anos, o sociólogo Vinícius Caldeira Brant, membro do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e professor titular de sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais.
Ele será enterrado hoje, às 10h, no Cemitério Bonfim, em Belo Horizonte, para onde o corpo foi levado ontem.
Brant fez parte de uma geração de pesquisadores em ciências sociais que procurou municiar o projeto de mudanças defendido pela ala radical das esquerdas, no início dos anos 60.
Foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), em 1962, e integrava o mesmo grupo político de orientação cristã de esquerda, a Ação Popular, ao qual pertenceram Aldo Arantes, ex-deputado federal pelo PC do B, e José Serra, ministro da Saúde, dois outros ex-presidentes da UNE.
Exilado na França em 1964, passou a trabalhar com Alain Touraine num projeto sobre os problemas sociais gerados pelo impacto da industrialização na América Latina.
De volta ao Brasil, permaneceu três anos na clandestinidade e em seguida foi preso, cumprindo pena de três anos com base na Lei de Segurança Nacional.
Convidado por Fernando Henrique Cardoso a integrar a equipe de pesquisadores do Cebrap, foi um dos coordenadores dos projetos "São Paulo 1975: Crescimento e Pobreza" (1976) e "São Paulo, Trabalhar e Viver" (1988).
Também foi co-editor de "São Paulo, o Povo em Movimento" (1980), entre outros trabalhos.
Em 1980, o sociólogo foi um dos membros fundadores do Partido dos Trabalhadores.
Brant estava internado no Hospital das Clínicas, onde sofreu há duas semanas cirurgia para a retirada de um tumor no estômago. Seu estado de saúde se agravou em razão de uma infeção pulmonar.
Vinícius Caldeira Brant foi casado com Bárbara Abramo, com quem teve uma filha, Maria.



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