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Caldeira Brant morre em São Paulo aos 58 anos
da Reportagem Local
Morreu ontem em São Paulo,
aos 58 anos, o sociólogo Vinícius Caldeira Brant, membro
do Cebrap (Centro Brasileiro
de Análise e Planejamento) e
professor titular de sociologia
da Universidade Federal de Minas Gerais.
Ele será enterrado hoje, às
10h, no Cemitério Bonfim, em
Belo Horizonte, para onde o
corpo foi levado ontem.
Brant fez parte de uma geração de pesquisadores em ciências sociais que procurou municiar o projeto de mudanças
defendido pela ala radical das
esquerdas, no início dos anos
60.
Foi presidente da UNE
(União Nacional dos Estudantes), em 1962, e integrava o
mesmo grupo político de
orientação cristã de esquerda, a
Ação Popular, ao qual pertenceram Aldo Arantes, ex-deputado federal pelo PC do B, e José Serra, ministro da Saúde,
dois outros ex-presidentes da
UNE.
Exilado na França em 1964,
passou a trabalhar com Alain
Touraine num projeto sobre os
problemas sociais gerados pelo
impacto da industrialização na
América Latina.
De volta ao Brasil, permaneceu três anos na clandestinidade e em seguida foi preso, cumprindo pena de três anos com
base na Lei de Segurança Nacional.
Convidado por Fernando
Henrique Cardoso a integrar a
equipe de pesquisadores do
Cebrap, foi um dos coordenadores dos projetos "São Paulo
1975: Crescimento e Pobreza"
(1976) e "São Paulo, Trabalhar
e Viver" (1988).
Também foi co-editor de
"São Paulo, o Povo em Movimento" (1980), entre outros
trabalhos.
Em 1980, o sociólogo foi um
dos membros fundadores do
Partido dos Trabalhadores.
Brant estava internado no
Hospital das Clínicas, onde sofreu há duas semanas cirurgia
para a retirada de um tumor no
estômago. Seu estado de saúde
se agravou em razão de uma infeção pulmonar.
Vinícius Caldeira Brant foi
casado com Bárbara Abramo,
com quem teve uma filha, Maria.
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