São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

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Primeira rave católica do país reúne 2.000 pessoas

Álcool é proibido na festa, cigarro não é bem-vindo e paquera tem de ser discreta

Movidos à música eletrônica, jovens participam de balada organizada por carismáticos na zona sul da cidade

Rogério Cassimiro/Folha Imagem
Jovens participam da primeira rave católica feita no país


RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A pista em uma quadra poliesportiva não está cheia, mas quem dança ali parece animado. Pulseiras translúcidas nos braços, centenas de jovens fazem passos ritmados, gritam embalados pela música eletrônica. O bate-estaca dá a impressão de uma balada comum da noite paulistana.
Não é. Tem bebida, sem álcool. Tem paquera, sem "pegação". Tem beijo, sem agarração. Auto-intitulada primeira rave católica do país, a festa organizada pela Renovação Carismática Católica, movimento conservador-popular do catolicismo, levou 2.000 pessoas para o ADC Eletropaulo, próximo à represa de Guarapiranga (zona sul de São Paulo), entre a noite de sexta e a manhã de sábado.
Batizada de "Eletrocristo - A Festa", a expectativa dos organizadores era levar 10 mil pessoas, segundo informe distribuído antes do evento. O público não foi o único problema: dois dias antes, por falta de autorização da prefeitura, foi preciso mudar o evento de lugar.
Dificuldades à parte, a rave cristã, explica Leonardo Ferreira Souza, o DJ Léo, é mais restritiva. O consumo de álcool é proibido, e cigarros não são bem-vindos. Na definição dos participantes, a festa é "careta".
"Sinto falta [de álcool] um pouco. É que sou tímida, e a bebida ajuda a me soltar", diz Larissa Casimiro, 21. "O bom é que ninguém sai cheirando a cigarro." E a paquera? "É mais difícil, porque é discreto. Mas ninguém chega pegando em você." Essa é outra característica: ninguém "fica por ficar". Os casais que se beijavam eram, em geral, namorados. Ainda assim, contidos: mão na cintura, no pescoço. Para os carismáticos, sexo, só depois do casamento.


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