São Paulo, terça-feira, 26 de junho de 2007

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Proposta já recebe críticas de antiabortistas

DA REPORTAGEM LOCAL

Grupos religiosos e antiabortistas criticaram a disposição do ministro da saúde José Gomes Temporão de facilitar o acesso à pílula do dia seguinte, inclusive dispensando a necessidade de receita médica. Segundo a bióloga e biomédica Lilian Piñero Eça, 51, professora doutora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro do Núcleo Científico do Movimento Nacional em Defesa da Vida - Brasil sem Aborto, "a pílula do dia seguinte nada mais é do que uma bomba hormonal que provoca um aborto".
A pílula do dia seguinte impede a fixação do óvulo fecundado na parede do útero, inviabilizando a gestação. Trata-se de um recurso contraceptivo legalizado no Brasil desde 1999 e disponível em farmácias. Os militantes antiabortistas consideram-na um instrumento para o chamado "aborto químico" porque entendem que a vida se inicia tão logo acontece a fecundação do óvulo pelo espermatozóide.
O coordenador de projetos do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, ligado à Arquidiocese de São Paulo, Francisco Borba, 49, diz que "tudo o que a igreja fala do aborto aplica-se à pílula do dia seguinte, com um agravante". Segundo ele, o problema é que "a pessoa recebe uma pílula que é igual a qualquer outra pílula, e toma-a muitas vezes sem saber que pode fazer algo contrário a sua própria consciência. Faz um aborto sem nem saber que está fazendo. Isso é uma insensibilidade."


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