Novo shopping, na rodovia dos Bandeirantes, deve atender público acostumado a ir ao exterior

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um novo shopping de estilo outlet, repleto de grifes estrangeiras, o primeiro desse perfil no país, vai abrir amanhã na rodovia dos Bandeirantes com a promessa de vender artigos de luxo que nem pão quente.
Aberto em frente aos parques de diversão Hopi Hari e Wet'n'Wild, em Itupeva (75 km de São Paulo), entre a capital e Campinas, o Outlet Premium São Paulo vem atender a consumidores acostumados a viajar ao exterior e em busca de descontos de até 80% nas compras de produtos de grifes famosas.
Óculos de sol da marca italiana Fendi, fetiche da mulherada, dos R$ 1.400 cobrados em lojas de shoppings de São Paulo, vão ser vendidos por R$ 395.
Com investimento de cerca de R$ 60 milhões, o outlet de Itupeva terá 80 lojas, que venderão cem grifes nacionais e estrangeiras, como Diesel, Calvin Klein, Giorgio Armani, Zegna, Nike, Hugo Boss, Ellus, Animale e Ricardo Almeida.
A estimativa é que o faturamento bruto do shopping chegue a R$ 312 milhões anuais e que por ali circulem 4,5 milhões de clientes ao ano.
"O outlet não pode estar nos grandes centros, tem de estar a pelo menos 40 minutos da cidade e perto de atrações turísticas. Até alguns anos atrás não havia muitas grifes, e as liquidações eram feitas dentro das próprias lojas", diz Alexandre Dias, diretor de relações com o varejo da General Shopping, uma das donas do novo outlet.
Quem não tem carro pode ir de ônibus. Uma linha sairá do Top Center, no número 854 da avenida Paulista, em três horários diários. A passagem custará R$ 25 (ida e volta).
Para o coordenador do curso avançado de marketing de luxo da ESPM, Ismael Rocha, as lojas do outlet não vão concorrer com as grifes da Daslu, da rua Oscar Freire e do shopping Iguatemi, famosos redutos do mercado de luxo de São Paulo.
Segundo ele, esses consumidores estão interessados em tendências e em novas coleções, ao passo que os clientes do shopping de desconto querem dar o primeiro passo para entrar no mercado de luxo.
"Como é preciso carro para ir, a distância é uma barreira natural e seleciona o perfil do consumidor, mesmo havendo ônibus. Se ficasse na cidade, desqualificaria as grifes de luxo. Não vai ser uma coisa de sacoleiro", afirma Rocha.


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