São Paulo, domingo, 26 de junho de 2011 |
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Passageiros idosos fogem de metrô superlotado Em 2010, foram 3,2 milhões menos usuários com mais de 65 anos do que em 2005 Queda no período foi de 11%, mas número de passageiros subiu 47%; superlotação hoje dura mais, dizem técnicos
ALENCAR IZIDORO DE SÃO PAULO Ao esperar mais de 40 minutos na estação Sé para conseguir entrar em um vagão, a aposentada Maria do Socorro Alves, 69, lembra como já chegou até mesmo a desistir de compromissos no Conselho Municipal do Idoso devido à superlotação do metrô. "Dizem que tenho a preferencial. Mas, se não me cuidar, me derrubam no chão." Também não é à toa que Jaciro Marçaioli, 66, há três anos "opta" pelo táxi para suas consultas médicas de rotina em horários de pico. "Antes das 9h e depois das 17h é impossível", afirma. Os relatos podem ser pistas para explicar a queda, nos últimos cinco anos, da participação de idosos no total de passageiros do metrô -e nos ônibus municipais. No metrô, os idosos registrados oficialmente no ano passado foram 3,2 milhões menos do que em 2005 -28,6 milhões contra 25,4 milhões. Trata-se de uma redução de 11% -num período em que a quantidade total de passageiros subiu 47%. Os dados são baseados no bilhete que permite ao idoso passar pela catraca sem pagar -modo predominante para ter a isenção da tarifa. O governo relativiza os números, pois quem tem 65 anos ou mais pode entrar de graça no metrô apresentando o RG, assim como policiais e oficiais de Justiça. Embora esses registros tenham subido acima da média, não se sabe quantos deles são idosos. O Metrô também não tem ideia do que poderia levar mais gente a migrar do bilhete para a inspeção trabalhosa na catraca. Mesmo se essa hipótese estiver correta e for levada ao extremo, significaria que perto de 7% das entradas no metrô eram de idosos em 2005, contra menos de 5% em 2010. Ou seja, eles estão mais presentes na cidade, mas não aderem ao transporte coletivo como os demais. PICOS Nos ônibus municipais, a demanda de passageiros saltou 10%, já a de idosos baixou 1% -1,2 milhão a menos em 2010 em relação a 2005. Dentre as possibilidades para a redução, está a superlotação, que no metrô passa de 8 por m2 no rush. E também a migração para os carros -como cogita o engenheiro Jaime Waisman, 66. Por terem horários flexíveis, os idosos sempre evitaram os picos. O problema, diz Horácio Augusto Figueira, 59, mestre em engenharia pela USP, é que a superlotação hoje dura mais. "A frota, reduzida fora do pico, precisaria ser total ao longo do dia." Colaborou JUCA VARELLA Próximo Texto: Diretor da estatal diz que é preciso investigar queda Índice | Comunicar Erros |
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