São Paulo, domingo, 26 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Parada Gay "expulsa" moradora da av. Paulista

Mulher dorme na casa da filha durante festa

ELIANE TRINDADE
DE SÃO PAULO

Pela janela do seu apartamento no 18º andar do edifício Baronesa de Araripe, Dirce Ramos do Amaral, 56, é observadora privilegiada das manifestações que ocorrem na avenida Paulista.
"Não aguento mais tanta marcha", desabafa a funcionária pública aposentada.
Nos últimos meses, teve que conviver com tráfico interrompido e palavras de ordem em passeatas pela liberação da maconha (21/5) e pela liberdade de expressão (28/05 e 18/6), além dos protestos das vadias (4/6), dos skatistas (19/6) e dos ciclistas pelados (12/3).
No Réveillon, quando a Paulista abriga o Show da Virada, e hoje, quando ocorre a Parada Gay, a moradora dorme na casa da filha.
Os comerciantes se dividem. Dono de uma banca de jornal ao lado do Masp, ponto de encontro dos protestos, Edson Domingues, 45, festeja o aumento do fluxo de pessoas e, consequentemente, das vendas. "Principalmente, de balas e chicletes."
Gerente de uma loja de roupas masculinas, Antonio Lemos, 63, contabiliza prejuízo toda vez que uma passeata paralisa a Paulista. "Ninguém sai para comprar no meio da bagunça", diz.
Os taxistas do ponto ao lado do Masp são forçados a procurar clientela em outra freguesia. "O trânsito já caótico só piora", diz Gilberto Silva, 53, que ao primeiro sinal de cartazes e faixas de manifestantes corre para as imediações da Oscar Freire.
Engraxate na Paulista há nove anos, Tiago Ribeiro, 25, reclama do comportamento dos manifestantes. "Esse povo que vem protestar não respeita ninguém. Eles passam por cima da gente aqui na calçada", afirma.
O promotor José Carlos de Freitas, da Promotoria de Habitação e Urbanismo, ressalta que o direito de manifestação é garantido pela Constituição. Abusos, no entanto, já foram punidos. A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP) foi multada em R$ 1,4 milhão por obstrução da via.

PARADA
A 15ª edição da Parada Gay, que começa ao meio-dia de hoje, terá uma valsa coletiva a partir das 13h30, em frente ao Masp. A Paulista será interditada às 10h, para receber um público esperado de 3 milhões. A parada terminaria às 19h, mas o final foi antecipado em uma hora por conta do cancelamento do show de encerramento, com a cantora Wanessa.


Texto Anterior: Folha.com
Próximo Texto: Valsa será atração hoje em frente ao Masp
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.