São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cresce nš de alfabetizados no grupo

DA SUCURSAL DO RIO

A última década registrou um aumento significativo do número de idosos alfabetizados -de 55,8%, em 1991, para 64,8%, em 2000. O crescimento de 16,1% é reflexo do processo de universalização da educação a partir da década de 50.
A proporção de analfabetos funcionais (com até três anos de estudo), no entanto, ainda é grande entre as pessoas com 60 anos ou mais que são responsáveis por domicílios: 59% em todo o país.
Nos Estados do Norte e do Nordeste, a situação é pior. Nessas regiões, o índice chega a 72,4% e 77%, respectivamente. Maranhão (82,7%), Tocantins (82,4%) e Piauí (82,3%) concentram os piores resultados.
Segundo a demógrafa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Ana Amélia Camarone, os números são resultado do fato de o ensino fundamental, até pouco antes de 1950, não ser acessível a grande parcela da população.
Como consequência, o total de idosos analfabetos ainda é alto. Somava, em 2000, aproximadamente 5,1 milhões de pessoas.
Os homens continuam sendo, proporcionalmente, mais alfabetizados do que as mulheres: 67,7% contra 62,6%, respectivamente. Novamente, o motivo da diferença é o maior acesso dos homens à escola em relação à parcela feminina da população até os anos 60.
Em dez anos, o crescimento da alfabetização feminina (20,4%), porém, foi mais intenso que o da masculina (13,3%).
A melhora do nível educacional se estende aos idosos responsáveis pelo domicílio. Em 2000, 66,4% deles eram alfabetizados -8,6 pontos percentuais a mais do que em 1991.
A média de anos de estudo, entretanto, ainda é muito baixa no Brasil: 3,4 anos, sendo 3,5 para os homens e 3,1 para as mulheres. Em uma década, houve acréscimo de menos de um ano de escolaridade entre os idosos -em 91, a média era de 2,7 anos.
O Distrito Federal tem a maior média, seis anos, e o Maranhão, a pior, 1,5 ano. Entre as capitais, Florianópolis é a mais bem colocada, com 7,2 anos, enquanto Rio Branco ocupa a última posição: 2,7 anos. Em Novo Santo Antônio, no Piauí, os idosos têm, em média, menos de um ano de escolaridade: 0,2. O Estado concentra sete das dez cidades mais mal colocadas nesse ranking. Nelas, a média de anos de estudo não ultrapassa 0,3 ano. (SP)


Texto Anterior: Idosos de Porto Alegre têm vida independente
Próximo Texto: No DF, renda média é maior do país
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.