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Poluição em SP agrava problemas de saúde causados pela baixa umidade
DANIELA TÓFOLI
FLÁVIA MANTOVANI
DA REPORTAGEM LOCAL
A baixa umidade relativa do
ar em São Paulo é muito pior do
que a mesma situação em Brasília. Tudo porque a poluição
causada pela frota de mais de 5
milhões de carros agrava ainda
mais os problemas de saúde
causados pelo clima seco.
"O problema é que o ar seco
causa irritação nas pessoas por
si só. Quando alguém tem a
mucosa irritada, a entrada de
uma partícula poluente é facilitada. Juntando os dois problemas, as doenças respiratórias
se agravam", diz o consultor
ambiental Gabriel Branco, que
foi responsável pelo programa
de controle de poluentes veiculares da Cetesb por 20 anos.
Branco participa da primeira
conferência Iniciativa do Ar
Limpo para as Cidades da América Latina, que teve início ontem no Anhembi. Ele diz que
carros e ônibus são responsáveis por mais de 50% da poluição atmosférica em São Paulo.
Segundo os médicos, a baixa
umidade do ar leva a problemas
nas vias respiratórias e desconforto nos olhos. É comum ressecar o nariz por causa da desidratação do muco. "Ele torna-se mais grosso e menos eficiente contra microrganismos. A
falta de chuva e a inversão térmica pioram o quadro, pois elevam o número de partículas poluentes que inalamos", diz Richard Voegels, presidente da
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia
Cervico-Facial.
Uma solução, diz ele, é lavar o
nariz duas vezes ao dia com soro fisiológico. Ele indica também beber por dia dois litros de
líquidos. Segundo o pneumologista Carlos Viegas, da UnB
(Universidade de Brasília), para a pessoa saber se estar bebendo o suficiente é só checar
se a urina está quase incolor.
O ar seco combinado à poluição também afeta os olhos.
Vermelhidão, sensação de areia
nos olhos, embaçamento visual
e ardência são alguns sintomas.
Lentes de contato também podem incomodar.
A Secretaria Municipal da
Saúde não informou quantos
atendimentos são causados pela poluição e pela baixa umidade do ar. Divulgou só que, de janeiro de 2005 a março deste
ano, houve 66 mil internações
por doenças respiratórias, que
custaram R$ 47,26 milhões.
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