São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/REFORMA

Obra começa em Congonhas, e pista deve ser reaberta hoje

Ranhuras que ajudam a drenar água serão feitas quando a pista não estiver em uso

Áreas do asfalto onde são realizados os rasgos não precisam de nenhum tipo de interdição e podem ser usadas logo após o trabalho

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

As obras para a realização do "grooving" (ranhuras que ajudam na aderência de aeronaves e na drenagem de água) nos 1.940 metros da pista principal do aeroporto de Congonhas começaram ontem. A previsão é que a pista reabra às 6h de hoje. A partir de hoje, a incidência de chuvas na região determinará os prazos para o fim da obra (de 25 a 50 dias) e a utilização da pista principal. Caso a chuva seja forte, de acordo com a Infraero (estatal que administra os aeroportos), a pista voltará a ser fechada e a obra para a realização das ranhuras também não poderá ser feita.
Com a pista aberta durante o dia para pousos e decolagens, as ranhuras serão feitas somente à noite, quando o aeroporto estará fechado. Caso a pista feche para as aeronaves, as máquinas entram. As áreas do asfalto onde são feitas os rasgos não precisam de interdição e podem ser utilizadas logo depois da obra. Se o trabalho for feito só à noite, o avanço por turno de trabalho será de 40 metros (com previsão de 50 dias) e, se for de dia e à noite, 80 metros (25 dias para acabar).
Duas empresas foram contratadas para realizar as ranhuras: Holemaker, especializada em "groovings" e com obras no aeroporto internacional de Brasília e no de Campo Grande (MS), e a Enpress Engenharia. Cada uma trabalhará nas cabeceiras opostas da pista -com duas máquinas de ranhuras. Cada ranhura feita na pista principal de Congonhas segue uma padronização internacional: 6 mm de profundidade por 6 mm de largura, com distância de 3,1 cm entre cada uma delas.
À medida que as ranhuras são abertas, a área recebe água de caminhões-pipa e trabalhadores, munidos de rodos e de vassouras, retiram a água e os detritos nos "groovings". A versão usada pela Infraero para justificar o fato de as ranhuras só terem sido iniciadas ontem -a pista principal foi reaberta em 29 de junho, após 46 dias em reforma- é a de que o asfalto estava em um "processo de cura" -ou seja, criar resistência no asfalto.
No final da tarde de ontem, ainda era possível constatar que ao menos três dos 15 "cofres de prova" retirados do asfalto pela Polícia Federal para a perícia estavam abertos. Cada "cofre" é uma amostra de pista de 400 cm2, com 40 cm de profundidade. Na segunda, a Infraero anunciou tê-los fechado. A constatação ocorreu durante uma visita da imprensa à pista de Congonhas, organizada pela assessoria de imprensa da Infraero que, ao lado de técnicos da empresa, dizia aos jornalistas, em relação à pista: "Olha lá, não empoça água! Tá escorrendo certinho, não acumula chuva nenhuma!" O deslizamento de terra na cabeceira da pista em Congonhas não oferece mais nenhum risco fora da área do aeroporto, disse a Defesa Civil Estadual.


Colaborou PAULA LEITE, da Reportagem Local


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