São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/ATRASOS

Passagem para vôo na 2ª já pode ser vendida

Com os atrasos dos últimos dias, a Anac havia proibido a venda de passagens para vôos com saída em Congonhas

A TAM cancelou 32 vôos hoje em Congonhas, apesar de não haver previsão de chuva; outros 21 foram transferidos para Cumbica

DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL

RAFAEL TARGINO
JOHANNA NUBLAT

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autorizou as companhias aéreas a voltarem a vender passagens para vôos iniciados no aeroporto de Congonhas com embarque a partir de 30 de julho, segunda-feira. Até então, a proibição, anunciada na terça-feira, era irrestrita, independentemente da data de embarque. O objetivo da decisão é acomodar os passageiros que já tinham passagem comprada ou que tiveram o seu vôo cancelado. A portaria, publicada no início da noite no site oficial da Anac, diz que "a operacionalidade daquele aeroporto [Congonhas] indica sua normalização nos próximos dias" e que "a demanda reprimida de passageiros em São Paulo poderá ser atendida até o dia 29 de julho".
Ontem, a Anac notificou as companhias aéreas TAM, BRA, Pantanal e OceanAir pelo fato de as companhias aéreas terem continuado a vender bilhetes apesar da suspensão. As empresas têm 20 dias para apresentar defesa e tentar provar que não cometeram o erro -atestado por fiscais da agência, que conseguiram comprar bilhetes aéreos no site e no balcão das companhias. O trabalho de fiscalização deverá continuar hoje.

Resposta convincente
Se não apresentar resposta convincente, cada companhia terá que pagar multa de até R$ 10 mil. A empresa também tem a alternativa de recorrer da punição, reapresentando seus argumentos a duas instâncias superiores: a superintendência e a diretoria da Anac.
A Folha tentou ontem comprar passagens das companhias TAM, OceanAir, Gol e Varig. Nas duas primeiras, recebeu respostas positivas: era possível obter o bilhete aéreo. Nas duas últimas, foi informada da proibição.

Problemas no sistema
A assessoria de imprensa da OceanAir diz que o erro foi causado por problemas "no sistema" da companhia. A TAM negou que tenha sido notificada pela Anac. As assessorias das empresas BRA e Pantanal não foram localizadas pela reportagem. O aeroporto de Congonhas estava deserto ontem, com saguões vazios e quase nenhuma fila para check-in. Companhias como TAM e Gol mantiveram a decisão de evitar a pista em caso de chuva. Com isso, dos 171 vôos programados, 130 (o equivalente a 76%) foram cancelados, segundo balanço da Infraero feito até 19h. Outros dez vôos (ou 5,8% do total) tiveram atraso superior a uma hora. O aeroporto ficou fechado para pousos das 6h às 7h10, quando passou a autorizar aterrissagens guiadas por instrumentos (em que, devido ao céu encoberto, o piloto precisa se guiar pelo painel da aeronave para se localizar).

Céu aberto
A partir das 12h27, com céu aberto, foram possíveis pousos com orientação visual (em que o aeroporto pode ser avistado a alguns quilômetros de distância pelo piloto). No entanto, cinco pousos foram transferidos para o aeroporto de Campinas, e 25 pousos, para o de Guarulhos.
O esvaziamento de Congonhas deve se repetir hoje. Ontem à noite, a TAM anunciou o cancelamento de 32 vôos previstos para hoje e a transferência de outros 21 para Cumbica, em Guarulhos, apesar da previsão de tempo apenas nublado em São Paulo. Em seu site, a TAM informa que há risco de nevoeiro à noite na capital.


Colaborou VINICIUS ABBATE, da Sucursal de Brasília


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