PAULA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

MARIANA BENEVIDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A crise que atinge os aeroportos está fazendo passageiros de aviões viajarem de ônibus, seja por escolha ou por necessidade. As viações já registram aumento de até 30% na procura por determinadas rotas, em comparação com o mesmo período do ano passado.
No terminal rodoviário do Tietê, em São Paulo, pessoas que tiveram o vôo cancelado tentavam ontem viajar de ônibus. Também havia passageiros que originalmente planejavam voar mas, com medo dos cancelamentos, optaram pelo transporte rodoviário.
A rodoviária estava movimentada ontem, mas não havia filas grandes nas bilheterias e nos restaurantes e os ônibus estavam saindo no horário.
A viação Expresso Brasileiro registrou aumento de 20% a 30% na demanda pela rota São Paulo-Rio de Janeiro. "A procura por ônibus-leito teve aumento maior do que pelo convencional", diz Sidmar Silveira, da empresa.
Já as vendas da Cometa aumentaram entre 10% e 15%, diz o gerente Wagner Morgan -os destinos mais procurados são Belo Horizonte e Curitiba.
A Itapemirim diz estar vendendo 10% a 15% mais passagens, principalmente para o Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro. "Não acho que seja só em função do acidente, mas de problemas em vários aeroportos, o que gerou falta de credibilidade no sistema aéreo", diz Ronaldo Fassala, da empresa.
Josimeire Lima e Lenildo Lima viajavam com seus três filhos e preferiram fazer o trecho entre São Paulo e Itajaí (SC) de ônibus em vez de voar.
Eles vieram de Maceió na madrugada de terça, de avião. "A gente já se incomodou no avião. Demorou duas horas para pegar as malas", diz Josimeire, que chegaria em Itajaí hoje de manhã, mais de 24 horas depois de sair de Maceió.
Lauri Maia tentava ir para casa em Goiânia com três adultos e quatro crianças de sua família. Eles vieram passar férias em São Paulo e tinham passagens da Gol para ontem ao meio-dia. A família decidiu, então, embarcar ontem mesmo em um ônibus e enfrentar uma viagem de aproximadamente 15 horas.


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