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ADRIANO BAILONI JÚNIOR (1924-2010)
Político que ficou no poder por 26 anos
FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Adriano Bailoni Jr. foi eleito vereador de Uberlândia
(MG) por seis vezes consecutivas, de 1962 a 1988. Dizia,
no entanto, que foram sete.
Após ter perdido a última
eleição que disputou, afirmava que fora vítima de um
complô político que lhe roubara votos e que, na verdade,
tinha sido novamente eleito.
A decepção com o episódio e o sentimento de descrédito na política o levaram a
abandonar a vida pública.
Advogado, passou a se dedicar exclisivamente ao seu
escritório na área civil e a
vender seguros.
A doença que degenerava
seus olhos não o impediu de
escrever dois livros, um romance e outro de memórias,
com histórias que eram partilhadas na casa de sua mãe,
na década de 1950.
Nesses encontros, crianças em silêncio em volta da
mesa ouviam os adultos enquanto eles bebiam vinho de
garrafão e comiam polenta,
salaminho e bacon defumado sobre o forno à lenha.
Casos de uma pequena
Uberlândia dos anos 1920,
para onde seu pai, o marceneiro Adriano, foi com a mulher, Josephina, para trabalhar numa oficina de móveis,
após deixar São Paulo.
Em 1944, num baile na associação comercial da cidade, Adriano conquistou Lúcia, uma comerciária e colega no Liceu de Uberlândia.
Casaram-se no ano seguinte.
Estudou contabilidade e
formou-se em direito somente aos 44 anos.
Gostava de música clássica, de Francisco Alves e de
Vicente Celestino, de quem
ainda guardava as cartas que
chegaram a trocar.
Morreu na segunda-feira
passada, aos 85 anos, em
Uberlândia, de insuficiência
cardíaca, deixando duas filhas e seis netos.
coluna.obituario@uol.com.br
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