São Paulo, segunda-feira, 26 de julho de 2010

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ADRIANO BAILONI JÚNIOR (1924-2010)

Político que ficou no poder por 26 anos

FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Adriano Bailoni Jr. foi eleito vereador de Uberlândia (MG) por seis vezes consecutivas, de 1962 a 1988. Dizia, no entanto, que foram sete.
Após ter perdido a última eleição que disputou, afirmava que fora vítima de um complô político que lhe roubara votos e que, na verdade, tinha sido novamente eleito.
A decepção com o episódio e o sentimento de descrédito na política o levaram a abandonar a vida pública.
Advogado, passou a se dedicar exclisivamente ao seu escritório na área civil e a vender seguros.
A doença que degenerava seus olhos não o impediu de escrever dois livros, um romance e outro de memórias, com histórias que eram partilhadas na casa de sua mãe, na década de 1950.
Nesses encontros, crianças em silêncio em volta da mesa ouviam os adultos enquanto eles bebiam vinho de garrafão e comiam polenta, salaminho e bacon defumado sobre o forno à lenha.
Casos de uma pequena Uberlândia dos anos 1920, para onde seu pai, o marceneiro Adriano, foi com a mulher, Josephina, para trabalhar numa oficina de móveis, após deixar São Paulo.
Em 1944, num baile na associação comercial da cidade, Adriano conquistou Lúcia, uma comerciária e colega no Liceu de Uberlândia. Casaram-se no ano seguinte.
Estudou contabilidade e formou-se em direito somente aos 44 anos.
Gostava de música clássica, de Francisco Alves e de Vicente Celestino, de quem ainda guardava as cartas que chegaram a trocar.
Morreu na segunda-feira passada, aos 85 anos, em Uberlândia, de insuficiência cardíaca, deixando duas filhas e seis netos.

coluna.obituario@uol.com.br


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