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Promotoria investiga dupla porta no InCor
Instituto nega problemas apontados por médico
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
O Ministério Público Estadual instaurou inquérito civil
para apurar supostas irregularidades no InCor (Instituto
do Coração), entre elas privilégio a paciente privado em
detrimento ao do SUS.
As denúncias partiram de
um ex-funcionário, o cardiologista Leonardo Vieira da
Rosa. Em maio, ele foi demitido do InCor sob acusação de
agredir outro médico, o que
nega. "Foi perseguição."
Ele diz que o InCor privilegia o atendimento de pacientes de convênios e usa leitos
de Unidade Coronariana para manter os que participam
de estudos clínicos, enquanto doentes do SUS em estado
grave passam dias no pronto-socorro por falta de leito.
Outra questão é a possível
compra superfaturada do
medicamento Levosimendam, usado para tratar insuficiência cardíaca aguda, cujo frasco custa R$ 3.552. Segundo o médico, não há evidência científica de que seja
mais eficaz do que outro mais
barato (dobutamina).
O promotor Carlos Cardoso de Oliveira Jr. diz aguardar
a defesa do InCor para avaliar se ingressa com ação civil
pública ou arquiva o caso.
Em nota, o Incor afirmou
que todos os medicamentos
usados em tratamentos são
padronizados pelo HC após
minuciosa análise amparada
em estudos científicos.
Também nega haver conduta de preferência de paciente privado. "Os critério
da gravidade do quadro clínico e do bom-senso sempre
imperam na escolha de ocupação dos leitos."
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