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MEGACIDADES
Festival Internacional de Curtas de SP aproxima capital paulista de Nova York, Cidade do México, Seul, Cingapura, Los Angeles e Tóquio
Quando as semelhanças não são coincidências
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quarta-feira, início da noite, hora do rush. As ruas estão carregadas de carros. No subsolo, o metrô opera com lotação máxima.
As pessoas se espremem umas
contra as outras para não perder a
viagem.
E onde parece não caber mais
ninguém, entra mais um. E outro.
Para que as portas se fechem, seguranças empurram a massa de
gente para dentro do vagão.
Essa cena poderia ter acontecido em megacidades como São
Paulo, Tóquio ou Nova York.
E é isso o que mostra o Foco Megacidades do 15º Festival Internacional de Curta-Metragens de São
Paulo, que traz produções sobre
megalópoles com mais de 15 milhões de habitantes em suas regiões metropolitanas, como Seul
(Coréia do Sul), Cingapura, Bombaim (Índia), Jacarta (Indonésia)
e Cidade do México.
O festival começa hoje, às 19h,
com a apresentação ao ar livre, na
praça Ramos, do filme "Thomaz
Farkas, Brasileiro", do diretor
Walter Lima Jr.
Cenas iguais
A cena descrita acima é de
"Quarta-feira à Noite em Tóquio", curta de seis minutos que
mostra seqüência insólita de
guardas empurrando passageiros
para dentro de vagões. O mesmo
ocorre em São Paulo. "Acho isso
um absurdo. Fora as cotoveladas
e os chutes que alguns passageiros
mal-educados distribuem na entrada dos vagões", reclama a estudante Déborah Fernanda, 26.
"Bycicle", curta em preto e
branco, mostra um passeio frenético de bicicleta por Nova York.
Arriscando-se por entre os carros,
o motorista acaba sendo fechado
e vai para o chão.
O mesmo já aconteceu várias
vezes com o professor de educação física Alexandre Simi, 33, que
usa sua bicicleta como meio de
transporte em São Paulo. "A galera não respeita o ciclista. Já caí várias vezes por fechadas de carros."
Simi explica que, por conta dos
perigos, escolhe os caminhos não
pela distância, mas pela segurança que oferecem.
"Benhil", filmado em Jacarta,
mostra a rede de mototáxis da cidade e aborda a linguagem corporal de quem divide um banco com
um estranho. No Rio de Janeiro,
na comunidade da Rocinha, são
os mototáxis que fazem o transporte de boa parte das pessoas
que vão atravessar longas distâncias dentro da favela. Em São Paulo, justamente para evitar esse
contato, uma empresa, Motobor,
criou o "agarradinho", um cinto
vestido pelo motorista com duas
alças para que o passageiro se segure.
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