São Paulo, sexta-feira, 26 de agosto de 2005

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TRÁFEGO PESADO

Prefeitura ampliará pistas da avenida, destinará as duas faixas da esquerda para esses veículos e retirará semáforos

Bandeirantes terá faixa extra para caminhão

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), anuncia nos próximos dias um plano de revitalização da avenida dos Bandeirantes que abrange a retirada de semáforos, a construção de uma faixa adicional de rolamento e a separação do tráfego de caminhões.
A via, que liga a marginal Pinheiros ao sistema Anchieta-Imigrantes, terá duas faixas da esquerda exclusivas para veículos pesados -e três para os demais.
A reforma da Bandeirantes será dividida em etapas. A primeira delas, com a participação das subprefeituras -e que exige menos recursos-, começa no mês que vem para ficar pronta em 2006.
O alargamento da avenida nos trechos que têm hoje só quatro faixas deve fazer parte da fase inicial, que também contemplará a retirada de ao menos dois semáforos -um deles no cruzamento com a rua João Carlos Mallet.
A implantação da quinta faixa adicional será realizada com a redução do espaço do canteiro central. As demais faixas, entretanto, poderão ficar mais estreitas.
A obra completa, prevista para durar dois anos, terá intervenções mais drásticas, inclusive com a construção de viadutos para eliminar todos os cruzamentos e fazer da Bandeirantes uma via expressa, ficando parecida com as marginais Tietê e Pinheiros.
Está programada a colocação de câmeras e de painéis de mensagem aos motoristas, num modelo semelhante ao das estradas concedidas à iniciativa privada.
Essa segunda fase, que exigirá mais investimentos, deverá ter a participação do governo do Estado, por meio da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.).

Velocidade
A revitalização da avenida dos Bandeirantes tem sido tratada na CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) como uma das principais obras da administração José Serra para melhorar o trânsito.
A via, por onde passam 250 mil veículos diariamente, sendo 26 mil caminhões, tornou-se uma das maiores fontes de problema da fluidez na capital paulista não apenas pelo acúmulo de tráfego pesado, com constantes quebras de caminhões, mas pela falta de estrutura de monitoramento.
Além de não ter câmeras, a visualização das interferências na Bandeirantes é restrita -só 1 km de seus mais de 8 km é observado por postos localizados em cima de prédios, onde os agentes observam os acidentes e as panes.
A idéia de deixar os caminhões exclusivamente nas duas faixas da esquerda é para que eles saiam direto da marginal em direção à Anchieta (e vice-versa), sem ser obstáculo nos cruzamentos com as transversais. A medida eliminaria a atual barreira de caminhões para quem quer virar à direita.
Um técnico municipal ouvido pela reportagem comparou a intenção de separar os veículos pesados à dos corredores exclusivos de ônibus à esquerda implantados na gestão Marta Suplicy (PT).
Mas deve haver resistência de alguns especialistas, que vêem na medida só um paliativo ao trecho sul do Rodoanel, cujo traçado também tem a função de facilitar a rota dos caminhões ao litoral.
A prefeitura foi contatada ontem pela Folha, mas não divulgou informações sobre custos, detalhes e intervenções viárias previstas com a obra. Um engenheiro da CET afirmou que não haverá interferências drásticas na circulação, ao menos na primeira fase.
O plano de Serra estava programado para ser divulgado hoje, às 11h. Técnicos da CET já estavam orientados a participar da apresentação no pátio da empresa na avenida dos Bandeirantes. A agenda também chegou a ser enviada à imprensa. Mas essa programação foi adiada -deve acontecer na próxima semana.
A divulgação do projeto se dará em meio a uma crise interna na CET por conta da demissão de 200 empregados, 6% da folha de pagamento. O corte foi interpretado pelos funcionários como um recuo de Serra à promessa de campanha de investir no trânsito.


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