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TRÁFEGO PESADO
Prefeitura ampliará pistas da avenida, destinará as duas faixas da esquerda para esses veículos e retirará semáforos
Bandeirantes terá faixa extra para caminhão
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, José
Serra (PSDB), anuncia nos próximos dias um plano de revitalização da avenida dos Bandeirantes
que abrange a retirada de semáforos, a construção de uma faixa
adicional de rolamento e a separação do tráfego de caminhões.
A via, que liga a marginal Pinheiros ao sistema Anchieta-Imigrantes, terá duas faixas da esquerda exclusivas para veículos
pesados -e três para os demais.
A reforma da Bandeirantes será
dividida em etapas. A primeira
delas, com a participação das subprefeituras -e que exige menos
recursos-, começa no mês que
vem para ficar pronta em 2006.
O alargamento da avenida nos
trechos que têm hoje só quatro
faixas deve fazer parte da fase inicial, que também contemplará a
retirada de ao menos dois semáforos -um deles no cruzamento
com a rua João Carlos Mallet.
A implantação da quinta faixa
adicional será realizada com a redução do espaço do canteiro central. As demais faixas, entretanto,
poderão ficar mais estreitas.
A obra completa, prevista para
durar dois anos, terá intervenções
mais drásticas, inclusive com a
construção de viadutos para eliminar todos os cruzamentos e fazer da Bandeirantes uma via expressa, ficando parecida com as
marginais Tietê e Pinheiros.
Está programada a colocação de
câmeras e de painéis de mensagem aos motoristas, num modelo
semelhante ao das estradas concedidas à iniciativa privada.
Essa segunda fase, que exigirá
mais investimentos, deverá ter a
participação do governo do Estado, por meio da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.).
Velocidade
A revitalização da avenida dos
Bandeirantes tem sido tratada na
CET (Companhia de Engenharia
de Tráfego) como uma das principais obras da administração José
Serra para melhorar o trânsito.
A via, por onde passam 250 mil
veículos diariamente, sendo 26
mil caminhões, tornou-se uma
das maiores fontes de problema
da fluidez na capital paulista não
apenas pelo acúmulo de tráfego
pesado, com constantes quebras
de caminhões, mas pela falta de
estrutura de monitoramento.
Além de não ter câmeras, a visualização das interferências na
Bandeirantes é restrita -só 1 km
de seus mais de 8 km é observado
por postos localizados em cima de
prédios, onde os agentes observam os acidentes e as panes.
A idéia de deixar os caminhões
exclusivamente nas duas faixas da
esquerda é para que eles saiam direto da marginal em direção à Anchieta (e vice-versa), sem ser obstáculo nos cruzamentos com as
transversais. A medida eliminaria
a atual barreira de caminhões para quem quer virar à direita.
Um técnico municipal ouvido
pela reportagem comparou a intenção de separar os veículos pesados à dos corredores exclusivos
de ônibus à esquerda implantados na gestão Marta Suplicy (PT).
Mas deve haver resistência de
alguns especialistas, que vêem na
medida só um paliativo ao trecho
sul do Rodoanel, cujo traçado
também tem a função de facilitar
a rota dos caminhões ao litoral.
A prefeitura foi contatada ontem pela Folha, mas não divulgou
informações sobre custos, detalhes e intervenções viárias previstas com a obra. Um engenheiro da
CET afirmou que não haverá interferências drásticas na circulação, ao menos na primeira fase.
O plano de Serra estava programado para ser divulgado hoje, às
11h. Técnicos da CET já estavam
orientados a participar da apresentação no pátio da empresa na
avenida dos Bandeirantes. A
agenda também chegou a ser enviada à imprensa. Mas essa programação foi adiada -deve
acontecer na próxima semana.
A divulgação do projeto se dará
em meio a uma crise interna na
CET por conta da demissão de
200 empregados, 6% da folha de
pagamento. O corte foi interpretado pelos funcionários como um
recuo de Serra à promessa de
campanha de investir no trânsito.
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