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Bebê lançado de carro em fuga sobrevive
Veículo capotou após pai ser atingido por três tiros durante tentativa de assalto e conseguir dirigir por 10 km
Casal ficou preso nas ferragens e pai está em estado grave; para a polícia, movimento brusco assustou ladrão
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE SÃO PAULO
Quando parou o carro para
pedir informação a três mulheres na noite de anteontem
na calçada da rua Astecas, no
Jaçanã (zona norte de São
Paulo), o administrador
Maurício Dini Kliukas, 40,
não esperava que sua filha de
20 dias nascesse de novo.
Tomado de assalto por um
homem armado com uma
pistola 9mm enquanto olhava pela janela da direita, ao
lado da mulher, Rosemeire,
Kliukas se assustou.
O ladrão também. O pé do
motorista escorregou do pedal e o carro, de câmbio automático, deu um solavanco,
no que o bandido achou ser
uma reação à abordagem.
Foram sete tiros, três das
balas, de alto poder de perfuração, de acordo com Pietro
Antonio, o delegado que está
investigando o caso, atingiram a escápula e a região
lombar da vítima.
Ferido e com sangramento
intenso, Kliukas fugiu e conseguiu dirigir por 10 km pela
rodovia Fernão Dias até perder os sentidos e capotar o
carro numa das alças de
acesso à marginal Tietê.
A menina de menos de um
mês foi arremessada pela janela e encontrada nos arbustos a 20 metros da carroceria,
sem nenhum arranhão.
O casal ficou preso nas ferragens do carro tombado,
destruído depois de capotar
duas ou três vezes, e foi socorrido num hospital público
a poucos metros dali.
"Uma criança de 20 dias
sabe-se a fragilidade que
tem. E ser arremessada a 20
metros passando por várias
árvores, pelas ferragens, pelo
vidro estilhaçado e não ter
acontecido nada, foi Deus",
diz o tenente da Polícia Militar André Antunes, que socorreu o bebê.
Assustada com a repercussão do caso, a família proibiu
o hospital e os médicos de divulgarem mais detalhes sobre o estado de saúde do administrador. Ontem à noite,
ele estava sedado e ainda
corria risco de morte.
"Esse ladrão é um animal,
estamos com medo de sair na
rua", afirma José Carlos Loureiro, irmão da mãe do bebê.
Segundo a polícia, o ladrão que atacou a família
ainda não foi identificado
"porque a falta de subsídios é
muito grande".
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