São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 2008

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A FAVOR

Salários pagos são aviltantes, diz criminalista

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado criminalista Alberto Zacharias Toron, do Conselho Federal da OAB, considera justa a greve na Polícia Civil. Para ele, os salários pagos pelo Estado são tão "aviltantes" que os policiais têm motivo para se indignarem. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista à Folha.

 

FOLHA - O que o senhor acha desse movimento dos policiais?
ALBERTO ZACHARIAS TORON
- O movimento me parece absolutamente justo. Os salários dos policiais, particularmente dos delegados, são aviltantes. Basta olhar quanto ganha um delegado da Polícia Federal e delegados de outros Estados. Mesmo nos Estados que não têm a arrecadação que São Paulo tem, os delegados têm um salário inicial muito maior. O que temos que entender, por outro lado, é que o trabalho que a polícia estadual desempenha é, objetivamente, considerado essencial. E, como tal, deve observar determinados parâmetros legais. Deve haver um número mínimo de policiais à frente do trabalho para que o direito fundamental do cidadão, o direito à segurança, seja minimamente cumprido.

FOLHA - Os policiais estão cumprindo isso?
TORON
- Não tenho como avaliar.

FOLHA - O fato de as pessoas não conseguirem registrar boletins de ocorrência de casos considerados menos graves torna o movimento ilegal?
TORON
- O não-registro por si só, se a pessoa tem possibilidade de registrar em outra delegacia, não me parece que seja representativo de abuso.

FOLHA - É legítimo o governo transferir policiais e descontar os dias parados?
TORON
- Isso faz parte do jogo. O governo vai usar os mecanismos de que dispõe para fazer que o movimento reflua. Descontar salário é uma manobra clássica. Tirar as pessoas dos seus postos de trabalho me parece excessivo.


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