Militar, que ficou oito dias sem ir ao quartel alegando problema de saúde e deu entrevistas sobre sua vida com companheiro, vai recorrer da decisão em liberdade

FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O sargento Laci Marinho de Araújo, 36, foi condenado ontem pela primeira instância da Justiça Militar a seis meses de prisão pelo crime de deserção. Cabe recurso.
Em junho, ele passou oito dias sem aparecer no quartel, alegando problemas de saúde, mas, no mesmo período, concedeu entrevistas à revista "Época" e ao programa "Superpop", da RedeTV!, nas quais afirmou ser gay e morar com o companheiro e hoje ex-sargento, Fernando Alcântara.
Alcântara disse que o sargento vai recorrer da decisão no STM (Superior Tribunal Militar). Enquanto não houver decisão final sobre o caso, Laci ficará em liberdade. O sargento já ficou quase dois meses preso -foi solto no final de julho graças a um habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal.
Até o final do processo, Laci não poderá deixar o Exército por livre vontade.
A condenação se baseou na tese da acusação, que justificou a deserção por causa de um laudo militar que afirmou, em junho, que Araújo estava apto para o serviço. O documento é contestado pela defesa do sargento Laci.


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