São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 2000

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VIOLÊNCIA
Silas Cantor, 24, teria matado a facadas a mãe, o padrasto, duas crianças, o pai deles e um adolescente, em São Paulo
Desempregado confessa morte de 6 parentes

DA REPORTAGEM LOCAL

Seis pessoas foram assassinadas e duas ficaram feridas -uma delas em estado grave- ontem de madrugada no Parque Paulistano (zona leste de São Paulo). Todas as vítimas são da mesma família.
O desempregado Silas Freire Cantor, 24, confessou, segundo a polícia, ter matado a facadas sua mãe, seu padrasto, duas crianças, de 5 e 11 anos, o pai delas e um adolescente. Ficaram feridas a irmã de Cantor e a mãe das duas crianças. A polícia não soube informar o parentesco de quatro das vítimas fatais e de uma das feridas com o assassino.
O desempregado teria dito à polícia ser usuário de cocaína e afirmou ter matado, também a facadas, um primo há três meses em Itatiba (90 km de SP). O crime teria ocorrido no dia 20 de julho. A vítima, Ismael Freire Melo, seria também patrão de Cantor. Eles construíam piscinas na região.
Cantor usou ontem uma faca de 29 centímetros. Após os crimes, refugiou-se nos fundos de uma igreja a dois quilômetros da casa.
Um vizinho da família, Ederson Aparecido Conrado Gonçalves, o seguiu até o local e aguardou a chegada da polícia. O desempregado foi autuado em flagrante.
Cantor teria dito à polícia que chegou cedo em casa na terça-feira e decidiu que sua irmã, Elizangela Freire Cantor, 19, deveria morrer à noite. Ele não soube explicar o motivo.
Ao delegado titular, Antonio Mário Margutti, Cantor começou dizendo que recebeu "ordens de Ogum e de Iemanjá" para eliminar a irmã, mas depois afirmou ter feito uso de drogas na noite do crime.
O local do crime é um sobrado. Na parte superior moravam o criminoso, sua irmã e os pais.
Elizangela contou ter acordado à 1h40 com o irmão tentando estrangulá-la. Ela gritou por socorro. A mãe, Eudália Batista Tenório, 57, veio em seu auxílio e se agarrou ao filho.
A jovem, mesmo ferida, conseguiu fugir, levando consigo o filho de colo. A mãe e o padrasto, Francisco Batista Tenório, 57, foram então mortos. Em seguida, Cantor foi para o andar de baixo, onde moravam os demais parentes, e arrombou a porta.
Ali, matou as irmãs Tatiane, 5, e Daiane, 11 -segundo ele, porque as crianças gritavam muito e isso o irritava-, o pai delas, Arnaldo Ramos dos Santos, 40, e o adolescente Henrique Tenório de Lima, 14. A mãe das crianças, Maria Tereza Batista Tenório, 29, está internada em estado grave.
Cantor foi submetido a exame toxicológico para verificar se ele estava drogado quando cometeu os crimes.



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