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Pitta só vai entregar 6% das casas prometidas para morador de viaduto
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Até o final da atual administração, a Prefeitura de São Paulo só
dará abrigo a 6% das 389 famílias
que foram vítimas de três incêndios em favelas nos últimos três
meses ou vivem embaixo de viadutos considerados áreas de risco.
Das 350 casas prometidas em
agosto pelo secretário de Governo, Arnaldo Faria de Sá, 25 serão
entregues nos próximos 20 dias.
As demais têm conclusão prevista
para dentro de três meses, ou seja,
no final de janeiro, quando a cidade já terá um novo prefeito.
Na época, as casas iriam abrigar
os moradores do morro do Urubu e do viaduto Ceagesp. A idéia
do loteamento fazia parte de uma
operação que tinha como objetivo
retirar os moradores de 43 viadutos da cidade.
Para a construção das 350 casas,
foram liberados, em setembro, R$
2,4 milhões do Orçamento municipal. A dificuldade em levantar a
verba foi a justificativa oficial para
o atraso no início das obras, que
deveriam ser entregues em 10 de
setembro.
O projeto integral, que previa a
construção, no total, de 3.500 casas, ainda espera aprovação na
Secretaria Municipal da Habitação e também vai ficar para a próxima administração.
Apesar de afirmar que a entrega
das casas obedece à "urgência na
remoção dos moradores das áreas
de risco", o prefeito Celso Pitta
não vai atender nem 10% das 260
famílias que foram anunciadas
como prioridade pela prefeitura.
As 153 que viviam na favela do
morro do Urubu (zona sudeste de
SP), incendiada em julho, continuam morando em contêineres.
As cerca de 60 que vendem casinhas de madeira sob o viaduto da
Ceagesp, na marginal Pinheiros, e
tiveram seu material de trabalho
confiscado ainda moram e trabalham no local, considerado de risco. Outras 47 famílias vivem hoje
entre os escombros da favela sob
o viaduto Mofarrej (zona noroeste), que pegou fogo em setembro.
As 129 famílias desabrigadas no
incêndio da última sexta-feira na
favela da avenida Zaki Narchi (zona norte) não estão incluídas entre as que serão contempladas
com as casas. O prefeito Celso Pitta disse, no entanto, que elas não
poderão continuar no local, que já
pegou fogo outras duas vezes.
Pitta visitou ontem as duas primeiras casas, que devem ser entregues amanhã, mas ainda não
passavam de "esqueletos". Localizadas em um terreno da Cohab
(Companhia Metropolitana de
Habitação de São Paulo), na zona
leste, elas são pré-moldadas em
concreto, têm 24 metros quadrados e abrigarão famílias que moram sob o viaduto Mofarrej.
Cada unidade custa R$ 4.800.
Os moradores terão a possibilidade de comprar a casa, por parcelas
mensais de R$ 38, em 25 anos.
Quem não puder desembolsar esse valor vai pagar R$ 12 mensais
pela permissão de uso do imóvel.
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