São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2004

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ESTRADAS

Grupo que já controla AutoBAn e NovaDutra anuncia compra da Viaoeste e fala em alterar critério de tarifa das marginais

Empresa quer mudar pedágio na Castello

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

A empresa que já controla as concessionárias de rodovias AutoBAn (Anhangüera-Bandeirantes) e NovaDutra (Presidente Dutra) no Estado de São Paulo anunciou ontem um acordo para a compra da Viaoeste, numa negociação que deve concentrar mais de 40% do mercado nas mãos de um mesmo grupo -e que poderá trazer mudanças futuras no sistema de tarifas dos pedágios das marginais da Castello Branco.
Além de controlar a Castello entre São Paulo e Itu, a Viaoeste também administra hoje as estradas Raposo Tavares (entre Cotia e Araçoiaba da Serra) e Senador José Ermírio de Moraes, a Castelinho, que leva a Sorocaba.
O grupo CCR (Companhia de Concessões Rodoviárias), que acertou a compra da Viaoeste por R$ 485 milhões, administra ainda as concessionárias RodoNorte (PR), Ponte Rio-Niterói e ViaLagos (RJ) -com a nova aquisição, sua presença no mercado nacional deve pular de 35% para 41%.
A negociação anunciada ontem ainda não começou a valer porque precisará do aval da Artesp (agência que regula as concessões de rodovias em São Paulo), do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e de bancos financiadores da Viaoeste.
O presidente da CCR, Renato Vale, afirmou à Folha que, com a confirmação da compra, "existe um interesse de sentar à mesa" com a administração estadual para negociar mudanças tarifárias nas marginais da Castello Branco, cujo valor do pedágio por um trecho de 11 km gerou protestos.
"Hoje muita gente não paga nada e há outros que pagam muito. Preferimos ter mais usuários pagando um valor menor", disse.
Essa idéia, na prática, significaria criar mecanismos para evitar que os motoristas usem somente a parte da rodovia que não dispõe de praça. Um dos desvios bastante utilizados e sempre questionados pela Viaoeste se dá a partir do acesso do Rodoanel.
Para Vale, essa alteração seria uma maneira de baratear a tarifa -embora deva enfrentar a resistência de quem usa somente um trecho da estrada sem pedágio.
A tarifa das marginais da Castello custa hoje R$ 4,90, mas, desde 2002, foi implantado um esquema de desconto progressivo para diminuir a resistência dos moradores -principalmente de Alphaville, de Barueri e de Carapicuíba.
Pelo sistema, quem passa pela praça a partir de dez vezes por mês tem uma redução de 2% a 50,2% (40 vezes ou mais) no preço. A cobrança é feita pelo sistema eletrônico chamado Sem Parar.

Duplicação
A Viaoeste teve uma relação conturbada com a gestão Covas/ Alckmin (PSDB) por descumprimentos contratuais -chegou a ser ameaçada de ter sua concessão interrompida. Ela deveria ter concluído a duplicação da Raposo Tavares, entre os km 34 (Cotia) e km 45 (Vargem Grande Paulista), até 2002, prazo postergado para março de 2004. Em fevereiro, a Artesp fez uma revisão do equilíbrio econômico-financeiro do sistema e postergou novamente a exigência, para agosto de 2006.
Renato Vale afirmou que a CCR também pretende rediscutir essa obra, mas "jamais para adiá-la". "Vamos cumprir todas as obrigações definidas em contrato e, se possível, antecipar essa entrega."


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