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ESTRADAS
Grupo que já controla AutoBAn e NovaDutra anuncia compra da Viaoeste e fala em alterar critério de tarifa das marginais
Empresa quer mudar pedágio na Castello
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A empresa que já controla as
concessionárias de rodovias AutoBAn (Anhangüera-Bandeirantes) e NovaDutra (Presidente Dutra) no Estado de São Paulo anunciou ontem um acordo para a
compra da Viaoeste, numa negociação que deve concentrar mais
de 40% do mercado nas mãos de
um mesmo grupo -e que poderá
trazer mudanças futuras no sistema de tarifas dos pedágios das
marginais da Castello Branco.
Além de controlar a Castello entre São Paulo e Itu, a Viaoeste
também administra hoje as estradas Raposo Tavares (entre Cotia e
Araçoiaba da Serra) e Senador José Ermírio de Moraes, a Castelinho, que leva a Sorocaba.
O grupo CCR (Companhia de
Concessões Rodoviárias), que
acertou a compra da Viaoeste por
R$ 485 milhões, administra ainda
as concessionárias RodoNorte
(PR), Ponte Rio-Niterói e ViaLagos (RJ) -com a nova aquisição,
sua presença no mercado nacional deve pular de 35% para 41%.
A negociação anunciada ontem
ainda não começou a valer porque precisará do aval da Artesp
(agência que regula as concessões
de rodovias em São Paulo), do Cade (Conselho Administrativo de
Defesa Econômica) e de bancos
financiadores da Viaoeste.
O presidente da CCR, Renato
Vale, afirmou à Folha que, com a
confirmação da compra, "existe
um interesse de sentar à mesa"
com a administração estadual para negociar mudanças tarifárias
nas marginais da Castello Branco,
cujo valor do pedágio por um trecho de 11 km gerou protestos.
"Hoje muita gente não paga nada e há outros que pagam muito.
Preferimos ter mais usuários pagando um valor menor", disse.
Essa idéia, na prática, significaria criar mecanismos para evitar
que os motoristas usem somente
a parte da rodovia que não dispõe
de praça. Um dos desvios bastante utilizados e sempre questionados pela Viaoeste se dá a partir do
acesso do Rodoanel.
Para Vale, essa alteração seria
uma maneira de baratear a tarifa
-embora deva enfrentar a resistência de quem usa somente um
trecho da estrada sem pedágio.
A tarifa das marginais da Castello custa hoje R$ 4,90, mas, desde
2002, foi implantado um esquema
de desconto progressivo para diminuir a resistência dos moradores -principalmente de Alphaville, de Barueri e de Carapicuíba.
Pelo sistema, quem passa pela
praça a partir de dez vezes por
mês tem uma redução de 2% a
50,2% (40 vezes ou mais) no preço. A cobrança é feita pelo sistema
eletrônico chamado Sem Parar.
Duplicação
A Viaoeste teve uma relação
conturbada com a gestão Covas/
Alckmin (PSDB) por descumprimentos contratuais -chegou a
ser ameaçada de ter sua concessão interrompida. Ela deveria ter
concluído a duplicação da Raposo Tavares, entre os km 34 (Cotia)
e km 45 (Vargem Grande Paulista), até 2002, prazo postergado
para março de 2004. Em fevereiro,
a Artesp fez uma revisão do equilíbrio econômico-financeiro do
sistema e postergou novamente a
exigência, para agosto de 2006.
Renato Vale afirmou que a CCR
também pretende rediscutir essa
obra, mas "jamais para adiá-la".
"Vamos cumprir todas as obrigações definidas em contrato e, se
possível, antecipar essa entrega."
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