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Pai da menina Joanna é preso no Rio
Ele e a madrasta da criança, que morreu após ficar um mês em coma, foram denunciados pelo Ministério Público
Justiça ordenou a prisão preventiva apenas de André Marins, que foi detido ontem, às 19h, no fórum em que trabalha
DO RIO
O Ministério Público do
Rio denunciou ontem o pai e
a madrasta de Joanna Marcenal Marins, 5, sob a acusação
de crimes de tortura e homicídio qualificado.
O órgão pediu a prisão preventiva do casal, mas a Justiça ordenou apenas a do pai.
O técnico judiciário André
Marins, 41, foi preso às 19h
no Fórum onde trabalha.
Se a Justiça acatar a denúncia, Marins e Vanessa
Maia poderão ir a júri popular. Somadas, as penas dos
dois crimes podem chegar a
40 anos de prisão.
Joanna morreu em 13 de
agosto, após quase um mês
em coma devido a uma meningite causa pelo vírus da
herpes. Ela morava com o pai
desde o fim de maio.
A denúncia é mais forte do
que o indiciamento feito pela
polícia, que era apenas pela
suspeita de crime de tortura e
não incluía a madrasta.
A promotora Ana Lúcia
Melo entendeu que pai e madrasta assumiram o risco de
causar a morte de Joanna ao
não levá-la ao médico quando ela teve problemas de saúde. "Joanna ficou três dias
convulsionando em casa
sem receber atendimento."
Segundo a promotora, o
pai alegou ter achado que a
criança estava "de manha".
Ana Lúcia destacou que as
condições a que a menina
Joanna foi submetida podem
ter contribuído para que ela
desenvolvesse a doença,
pois teriam afetado seu sistema imunológico.
Laudo da Promotoria
apontou que Joanna teve
queimaduras nas nádegas
causadas por "meio físico ou
químico" entre o fim de junho e o início de julho, e não
por causa de uma alergia, como alegou o pai.
À polícia uma diarista disse ter visto na casa de Marins,
em 13 e 14 de julho, a menina
em um tapete, com mãos e
pés atados com fita crepe e
suja de fezes e urina. Ela só
foi para o hospital no dia 15.
A médica Cristiane Ferraz,
37, mãe de Joanna, elogiou a
decisão da Promotoria.
"Pelo menos hoje a sociedade pode dormir sossegada,
porque tem Justiça no Rio de
Janeiro", disse ela.
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