São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Pai da menina Joanna é preso no Rio

Ele e a madrasta da criança, que morreu após ficar um mês em coma, foram denunciados pelo Ministério Público

Justiça ordenou a prisão preventiva apenas de André Marins, que foi detido ontem, às 19h, no fórum em que trabalha

DO RIO

O Ministério Público do Rio denunciou ontem o pai e a madrasta de Joanna Marcenal Marins, 5, sob a acusação de crimes de tortura e homicídio qualificado.
O órgão pediu a prisão preventiva do casal, mas a Justiça ordenou apenas a do pai. O técnico judiciário André Marins, 41, foi preso às 19h no Fórum onde trabalha.
Se a Justiça acatar a denúncia, Marins e Vanessa Maia poderão ir a júri popular. Somadas, as penas dos dois crimes podem chegar a 40 anos de prisão.
Joanna morreu em 13 de agosto, após quase um mês em coma devido a uma meningite causa pelo vírus da herpes. Ela morava com o pai desde o fim de maio.
A denúncia é mais forte do que o indiciamento feito pela polícia, que era apenas pela suspeita de crime de tortura e não incluía a madrasta.
A promotora Ana Lúcia Melo entendeu que pai e madrasta assumiram o risco de causar a morte de Joanna ao não levá-la ao médico quando ela teve problemas de saúde. "Joanna ficou três dias convulsionando em casa sem receber atendimento."
Segundo a promotora, o pai alegou ter achado que a criança estava "de manha".
Ana Lúcia destacou que as condições a que a menina Joanna foi submetida podem ter contribuído para que ela desenvolvesse a doença, pois teriam afetado seu sistema imunológico.
Laudo da Promotoria apontou que Joanna teve queimaduras nas nádegas causadas por "meio físico ou químico" entre o fim de junho e o início de julho, e não por causa de uma alergia, como alegou o pai.
À polícia uma diarista disse ter visto na casa de Marins, em 13 e 14 de julho, a menina em um tapete, com mãos e pés atados com fita crepe e suja de fezes e urina. Ela só foi para o hospital no dia 15.
A médica Cristiane Ferraz, 37, mãe de Joanna, elogiou a decisão da Promotoria.
"Pelo menos hoje a sociedade pode dormir sossegada, porque tem Justiça no Rio de Janeiro", disse ela.


Texto Anterior: Há 50 Anos
Próximo Texto: Outro lado: André Marins nega todas as acusações
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.