São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2010

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MARCOS KLEIN (1965-2010)

O Bananeira, lenda catarinense

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

A visão que o público tem do palco do bar Curupira Rock Clube, em Guaramirim (SC), é praticamente igual para todos. Só era diferente para Marcos Klein. Durante anos, ele viu os shows no local de cabeça para baixo.
Desde criança, uma de suas brincadeiras prediletas, que fazia na praia com o pai, era plantar bananeira.
Frequentador assíduo dos shows que rolavam na região catarinense onde nasceu, Marcos decidiu levar aos palcos a prática de permanecer com a cabeça apoiada no chão e os pés para cima.
Virou uma espécie de lenda do rock independente e logo passou a ser chamado de o Bananeira. Quando gostava da apresentação, subia no palco e, enquanto a banda tocava, fazia a brincadeira.
"Eu gosto de ver o mundo de forma diferente", dizia.
Para os músicos, que no começo não entendiam nada, a performance significava que o show tinha agradado. Muitos até ficavam apreensivos, achando que o Bananeira não daria as caras.
A mulher, Rosa, com quem ele esteve casado desde 1990, conta que o marido juntava fotos para provar que participara de mais de mil shows. Queria sair no Guinness como o cara que mais bananeiras plantou em shows de rock. Sonhava até em viajar pelo mundo fazendo suas performances.
Dono de uma empresa de cortinas e persianas, ele era carismático, conversava com todos e brincava com os amigos no bar: "Não fala para a minha mãe que eu tô aqui".
Na quarta, Marcos morreu aos 45, após um infarto, mesma causa da morte da mãe e do avô. Não teve filhos.

coluna.obituario@uol.com.br


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