|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
MARCOS KLEIN (1965-2010)
O Bananeira, lenda catarinense
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
A visão que o público tem
do palco do bar Curupira
Rock Clube, em Guaramirim
(SC), é praticamente igual
para todos. Só era diferente
para Marcos Klein. Durante
anos, ele viu os shows no local de cabeça para baixo.
Desde criança, uma de
suas brincadeiras prediletas,
que fazia na praia com o pai,
era plantar bananeira.
Frequentador assíduo dos
shows que rolavam na região
catarinense onde nasceu,
Marcos decidiu levar aos palcos a prática de permanecer
com a cabeça apoiada no
chão e os pés para cima.
Virou uma espécie de lenda do rock independente e
logo passou a ser chamado
de o Bananeira. Quando gostava da apresentação, subia
no palco e, enquanto a banda
tocava, fazia a brincadeira.
"Eu gosto de ver o mundo
de forma diferente", dizia.
Para os músicos, que no
começo não entendiam nada, a performance significava que o show tinha agradado. Muitos até ficavam
apreensivos, achando que o
Bananeira não daria as caras.
A mulher, Rosa, com
quem ele esteve casado desde 1990, conta que o marido
juntava fotos para provar que
participara de mais de mil
shows. Queria sair no Guinness como o cara que mais
bananeiras plantou em
shows de rock. Sonhava até
em viajar pelo mundo fazendo suas performances.
Dono de uma empresa de
cortinas e persianas, ele era
carismático, conversava com
todos e brincava com os amigos no bar: "Não fala para a
minha mãe que eu tô aqui".
Na quarta, Marcos morreu
aos 45, após um infarto, mesma causa da morte da mãe e
do avô. Não teve filhos.
coluna.obituario@uol.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Anac vai investigar dados sobre distância entre assentos de aviões Índice | Comunicar Erros
|