|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pari tem a "nova 25 de Março" de São Paulo
Rua Vautier concentra lojas de presentes com preços acessíveis, mas não oferece comércio de bijuterias
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma 25 de Março sem camelôs, sem barulho e com muito
menos gente. A rua Vautier, no
Pari, centro de São Paulo, é o
paraíso do comércio de rua.
Chamada de "nova 25" pelos
comerciantes e consumidores,
a rua concentra lojas de utilidades domésticas, presentes,
brinquedos, decoração, artigos
de papelaria e, nessa época do
ano, enfeites de Natal com preços tão atraentes quanto os da
concorrente famosa.
A vantagem é que na Vautier
o movimento é bem menor.
"Ainda não descobriram a rua,
graças a Deus. Aqui a gente encontra de tudo, com preço bom
e não tem que enfrentar a confusão da 25", afirma a professora Rosa Amália Bueno, 39, que
buscava enfeites natalinos.
"Comecei a comprar na rua há
uns quatro meses, depois que
uma amiga me deu a dica, e agora não a troco por nenhuma outra, ela é muito mais tranqüila."
Quem descobriu o novo centro de comércio, trocou de rua
por comodidade. Edna Rosa
Guimarães, 37, dona de uma loja de presentes em Maracatu,
Minas Gerais, é uma delas.
"Mal dá para andar na 25, é
muita confusão. Só vou lá se
quero alguma coisa específica
que não encontro aqui. A Vautier é mais calma e, apesar de
ser menor, vale à pena. O único
problema é que não tem bijuterias", afirma.
Lojistas do interior comprando no atacado são comuns
na rua. Gerente da loja Du Chapéu, Marcos Antônio Celestino
conta que a rua ainda é novidade, mas muitos clientes chegam
pela primeira vez a cada dia.
"Essa é mais uma opção de comércio na cidade. Aqui temos
muita variedade."
O movimento vem crescendo
bastante nos últimos dois anos,
contam os lojistas. Apenas do
ano passado para esse, a estimativa é de que o número de
clientes tenha dobrado.
Os mais otimistas estimam
que cerca de 120 mil pessoas
passam pela rua diariamente
nesse fim do ano. Os mais pessimistas dizem que são 70 mil.
Ainda é pouco se comparado
aos cerca de 500 mil compradores que circulam todo os dias
na 25 de Março.
Vale lembrar, no entanto,
que a Vautier é bem menor. As
lojas estão concentradas em
quatro quarteirões e algumas
transversais e não vendem bijuterias, acessórios nem fantasias como a 25. Artigos para festas também são mais difíceis de
encontrar. Lojas de utilidades
domésticas e flores artificiais,
porém, estão por toda parte.
Camelôs também são raridades. Na quinta-feira, apenas
três ocupavam este trecho da
rua. Várias lojas permitem a
compra no varejo mas, como na
concorrente, muitas estipulam
valores mínimos que vão de R$
30 a R$ 150.
A dona de casa Dirce Ribeiro,
45, reclama desta exigência.
"Às vezes, a gente precisa de
coisas simples, baratinhas, e
não consegue gastar R$ 50, R$
60 na mesma loja. Deviam fazer venda livre para o varejo."
Valdemir de Oliveira, vendedor da Dorei, acha que a clientela aumentaria ainda mais
com o varejo livre. Morador da
região, ele conta que há seis
anos quase toda a rua era residencial. "Duas ou três lojas têm
mais de 20 anos, o resto é tudo
novo." A Dorei, onde trabalha,
tem apenas três meses.
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Novo circuito leva turistas para fazer compras Índice
|