São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2006

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Pari tem a "nova 25 de Março" de São Paulo

Rua Vautier concentra lojas de presentes com preços acessíveis, mas não oferece comércio de bijuterias

DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma 25 de Março sem camelôs, sem barulho e com muito menos gente. A rua Vautier, no Pari, centro de São Paulo, é o paraíso do comércio de rua. Chamada de "nova 25" pelos comerciantes e consumidores, a rua concentra lojas de utilidades domésticas, presentes, brinquedos, decoração, artigos de papelaria e, nessa época do ano, enfeites de Natal com preços tão atraentes quanto os da concorrente famosa.
A vantagem é que na Vautier o movimento é bem menor. "Ainda não descobriram a rua, graças a Deus. Aqui a gente encontra de tudo, com preço bom e não tem que enfrentar a confusão da 25", afirma a professora Rosa Amália Bueno, 39, que buscava enfeites natalinos. "Comecei a comprar na rua há uns quatro meses, depois que uma amiga me deu a dica, e agora não a troco por nenhuma outra, ela é muito mais tranqüila."
Quem descobriu o novo centro de comércio, trocou de rua por comodidade. Edna Rosa Guimarães, 37, dona de uma loja de presentes em Maracatu, Minas Gerais, é uma delas. "Mal dá para andar na 25, é muita confusão. Só vou lá se quero alguma coisa específica que não encontro aqui. A Vautier é mais calma e, apesar de ser menor, vale à pena. O único problema é que não tem bijuterias", afirma.
Lojistas do interior comprando no atacado são comuns na rua. Gerente da loja Du Chapéu, Marcos Antônio Celestino conta que a rua ainda é novidade, mas muitos clientes chegam pela primeira vez a cada dia. "Essa é mais uma opção de comércio na cidade. Aqui temos muita variedade."
O movimento vem crescendo bastante nos últimos dois anos, contam os lojistas. Apenas do ano passado para esse, a estimativa é de que o número de clientes tenha dobrado.
Os mais otimistas estimam que cerca de 120 mil pessoas passam pela rua diariamente nesse fim do ano. Os mais pessimistas dizem que são 70 mil. Ainda é pouco se comparado aos cerca de 500 mil compradores que circulam todo os dias na 25 de Março.
Vale lembrar, no entanto, que a Vautier é bem menor. As lojas estão concentradas em quatro quarteirões e algumas transversais e não vendem bijuterias, acessórios nem fantasias como a 25. Artigos para festas também são mais difíceis de encontrar. Lojas de utilidades domésticas e flores artificiais, porém, estão por toda parte.
Camelôs também são raridades. Na quinta-feira, apenas três ocupavam este trecho da rua. Várias lojas permitem a compra no varejo mas, como na concorrente, muitas estipulam valores mínimos que vão de R$ 30 a R$ 150.
A dona de casa Dirce Ribeiro, 45, reclama desta exigência. "Às vezes, a gente precisa de coisas simples, baratinhas, e não consegue gastar R$ 50, R$ 60 na mesma loja. Deviam fazer venda livre para o varejo."
Valdemir de Oliveira, vendedor da Dorei, acha que a clientela aumentaria ainda mais com o varejo livre. Morador da região, ele conta que há seis anos quase toda a rua era residencial. "Duas ou três lojas têm mais de 20 anos, o resto é tudo novo." A Dorei, onde trabalha, tem apenas três meses.


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