São Paulo, segunda-feira, 26 de novembro de 2007

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Falta de estrutura obriga cadeia mista, afirma delegado do interior da Bahia

DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado de Paulo Afonso (BA), Idelbrando Alves da Silva, diz que, por falta de estrutura, é obrigado a colocar homens e mulheres na mesma cadeia.
Silva afirma que a cadeia local tem capacidade para 16 homens, mas mantém 80 pessoas presas. Dessas, sete são mulheres e quatro, adolescentes.
"O ideal era os presos irem para o presídio, que tem aqui em Paulo Afonso, mas ele também está superlotado", diz.
Silva afirma ainda que as unidades mais próximas de internação de adolescentes e de prisão para mulheres ficam a mais de 400 km de Paulo Afonso, o que dificulta a transferência.
O delegado regional responsável, Vinícius Brandão, disse que o problema de falta de estrutura não é exclusividade de Paulo Afonso e também ocorre em outros lugares do Estado. "Em Barreiras, há vagas para 20, 25 pessoas, mas há 150."
Ao Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão federal de desenvolvimento de políticas prisionais, o Estado da Bahia informou não existir nenhum um único preso ou presa em cadeias públicas em 2007.
Procurada pela Folha para comentar o fato de a cadeia pública de Mesquita, no Rio de Janeiro, não ter nenhuma carcereira, segundo o relatório, a Polícia Civil informou que não teria como responder essa questão. Disse, no entanto, que uma cadeia feminina pode ter carcereiros homens e não vê problemas nesse fato.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que não tem o que comentar sobre a cadeia pública de Ubatuba, já que os presos não têm contato físico com as detentas.
A secretaria também não comentou o fato de não haver nenhum funcionário do sexo feminino para cuidar das detentas, fato considerado inadequado pelas entidades de defesa das mulheres.
A Folha não conseguiu contato com as secretarias de Segurança do Rio Grande do Norte, de Pernambuco nem de Mato Grosso do Sul entre a noite de sexta e a tarde de ontem. Os telefones não atendiam. (RP e KT)


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