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Presos ficam
em caminhão
em dia de visita
DO ENVIADO ESPECIAL
A UBATUBA (SP)
Na pequena cadeia de
Ubatuba, litoral norte de São
Paulo, o caminhão-baú estacionado no pátio é o símbolo
da falta de estrutura da unidade e da incômoda situação
de manter presos homens e
mulheres no mesmo prédio.
O veículo empoeirado chegou a ser usado como depósito de homens para que eles
não perturbassem as visitas
das mulheres. Os presos foram para o caminhão porque
a unidade é feminina e porque "mexiam" com os parentes das detentas, segundo policiais ouvidos pela Folha.
Atualmente, segundo a Secretaria de Segurança Pública, o veículo não é mais utilizado, mas ainda continua a convivência dos sexos.
Ontem, nove homens estavam numa das celas da unidade. As 52 mulheres ocupavam as outras quatro, que cabem 24 pessoas. Não há carcereiras. Onde isso ocorre,
segundo relatório das entidades de defesa das mulheres, a revista pessoal de novas presas geralmente é feita por outra detenta.
De acordo com a secretaria, homens e mulheres não
têm contato físico, apenas
visual, porque os detentos
não têm direito a banho de
sol. Eles ficam confinados na
cela até serem transferidos
ou libertados pela Justiça.
(RP E KT)
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