São Paulo, segunda-feira, 26 de novembro de 2007

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Menezis Balbo e o futebol do usineiro

WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Gostava de ser o maior e o primeiro, o usineiro de Sertãozinho (SP). Fosse como um dos maiores produtores de açúcar de São Paulo ou como autor do primeiro gol do estádio local -Menezis Balbo se orgulhava da figura que criara, a do empresário futebolista do interior.
Que começou a carreira dirigindo um caminhão-pipa para molhar as ruas de terra em dias de muita poeira. Era mecânico quando assumiu as empresas do pai. Sob seu comando, o Grupo Balbo ergueu duas usinas, pioneiras na produção de açúcar orgânico e de energia de bagaço. O novo passo era a terceira usina, prevista para o ano que vem -a mensagem a ser lida aos empregados estava pronta e prometia um campo de futebol na usina.
"Será meu o primeiro gol", diria o camisa 10 do time de Sertãozinho, meia-esquerda e palmeirense roxo que fez 2.000 gols em 30 anos. Foi dele o primeiro gol marcado no Fredericão, em 1968, lembrado por uma placa na entrada do estádio. Quando, em maio, o time de veteranos do Corinthians jogou contra os locais, era difícil identificá-lo -todos os jogadores locais usavam a camisa 10 e o nome de Menezis nas costas.
Tinha dois filhos e cinco netos. Morreu na terça de infarto, aos 80 anos, e foi velado na usina de Sertãozinho -onde foi decretado luto oficial de três dias.


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