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Menezis Balbo e o futebol do usineiro
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Gostava de ser o maior e o
primeiro, o usineiro de Sertãozinho (SP). Fosse como
um dos maiores produtores
de açúcar de São Paulo ou como autor do primeiro gol do
estádio local -Menezis Balbo se orgulhava da figura que
criara, a do empresário futebolista do interior.
Que começou a carreira dirigindo um caminhão-pipa
para molhar as ruas de terra
em dias de muita poeira. Era
mecânico quando assumiu
as empresas do pai. Sob seu
comando, o Grupo Balbo ergueu duas usinas, pioneiras
na produção de açúcar orgânico e de energia de bagaço.
O novo passo era a terceira
usina, prevista para o ano
que vem -a mensagem a ser
lida aos empregados estava
pronta e prometia um campo
de futebol na usina.
"Será meu o primeiro gol",
diria o camisa 10 do time de
Sertãozinho, meia-esquerda
e palmeirense roxo que fez
2.000 gols em 30 anos. Foi
dele o primeiro gol marcado
no Fredericão, em 1968, lembrado por uma placa na entrada do estádio. Quando, em
maio, o time de veteranos do
Corinthians jogou contra os
locais, era difícil identificá-lo
-todos os jogadores locais
usavam a camisa 10 e o nome
de Menezis nas costas.
Tinha dois filhos e cinco
netos. Morreu na terça de infarto, aos 80 anos, e foi velado na usina de Sertãozinho
-onde foi decretado luto oficial de três dias.
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