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Ex-governador assumirá secretaria na gestão Kassab
Claudio Lembo será o novo secretário de Negócios Jurídicos da prefeitura
Trata-se de uma escolha pessoal do prefeito, que não entra na cota de nenhum partido político; é a 3ª vez que ele ocupará o cargo
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) convidou o ex-governador de São Paulo Claudio Lembo (DEM) para assumir o cargo
de secretário dos Negócios Jurídicos da prefeitura no lugar
de Ricardo Dias Leme, que deixou o posto para voltar ao Ministério Público.
O convite foi feito ontem,
num encontro dos dois no gabinete de Kassab. O ex-governador é uma escolha pessoal do
prefeito e não entra na cota de
nenhum partido político.
Será a terceira vez que Lembo ocupa o cargo. Ele ingressou
na vida pública em 1974, quando trabalhava como advogado
do Itaú e foi convidado por Olavo Setubal, que era dono do
banco e foi nomeado prefeito,
para ocupar a então Secretaria
de Negócios Extraordinários.
Voltou ao cargo em 1986, como secretário de Negócios Jurídicos do então prefeito Jânio
Quadros (PTB). Trabalhou
também na gestão de Paulo
Maluf (PP), em 1993, como secretário do Planejamento.
Em 2002, foi eleito vice-governador na chapa de Geraldo
Alckmin (PSDB).
Ao assumir o governo, em
2006, quando Alckmin se candidatou à Presidência, Lembo
enfrentou a rebelião do PCC no
Estado e cunhou a expressão
"minoria branca", responsabilizando a "elite branca e perversa" pela "miséria social brasileira" e afirmando que a "bolsa
da burguesia" precisaria ser
aberta para evitar novos eventos como os atentados da organização criminosa que paralisaram a cidade.
Bacharel pela Faculdade de
Direito da Universidade de São
Paulo e doutor em direito pelo
Mackenzie, Lembo é conhecido pela veia irônica e por não
ter papas na língua.
Na crise do PCC, disse que
estrelas do PSDB como o ex-governador Alckmin e o então
candidato ao cargo, José Serra
(PSDB), poderiam ao menos
ter ligado para ele "a cobrar"
para prestar solidariedade. Há
um ano, quando foi lançado o
movimento "Cansei!", de oposição ao governo Lula, da qual o
ex-governador teoricamente
faz parte, ele o definiu como
"expressão muito própria de
dondocas enfadadas com suas
vidas enfadonhas".
Em dezembro de 2007,
quando seu partido, o DEM,
impunha derrota importante
ao governo na votação pelo fim
da CPMF, Lembo criticou os
correligionários, afirmando
que a contribuição era um imposto fundamental no combate
à sonegação e tinha uma importante função social. Com o
prefeito Kassab, no entanto, ele
sempre manteve uma boa relação, fazendo inclusive panfletagem no Bexiga, em São Paulo,
quando o prefeito patinava nos
10% nas pesquisas.
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