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Anac fiscaliza venda de bilhetes do Réveillon
Agência também irá fazer uma auditoria na TAM para saber se a companhia vendeu passagens além de sua capacidade
Situação nos aeroportos foi
tranqüila ontem; 13,4% dos
vôos registraram atraso de
mais de uma hora, mas total
de cancelamentos foi maior
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Temendo que o caos que tomou conta dos aeroportos de
todo o país se repita às vésperas
do Ano Novo, a Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) inicia hoje uma fiscalização no sistema de reserva de todas as
companhias aéreas. O principal
alvo são os bilhetes marcados
para viagens para o feriado.
As equipes técnicas da agência serão deslocadas para São
Paulo, onde também começa
hoje uma auditoria nos sistemas operacionais da TAM.
A empresa terá de explicar
por que precisou de 17 aeronaves extras para transportar
passageiros nos últimos três
dias. A companhia aérea alegou
que tinha seis aviões em manutenção, daí o desequilíbrio entre as passagens vendidas e sua
efetiva capacidade operacional.
Para a Anac, as contas entre o
estoque de reservas e os embarques efetuados pela empresa
não batem, e a TAM deverá
apresentar uma justificativa
para o fato de, em alguns casos,
haver 25 passageiros presentes
no check-in mas não embarcados em um mesmo vôo.
Foi o que aconteceu anteontem quando a TAM utilizou um
serviço de ônibus para transportar passageiros de Brasília
para Goiânia. Via aérea, o trajeto, de 250 km, demoraria 50
minutos. Na estrada, foram necessárias cerca de três horas
para percorrer a distância.
Embora seja responsável por
fiscalizar as atividades de aviação civil, não faz parte das atribuições da Anac, ligada ao Ministério da Defesa, inspecionar
a venda de passagens.
Atrasos
Ontem, os atrasos comprometeram 13,4% dos vôos nos 14
principais aeroportos do país.
Conforme o boletim 68 da
Anac, entre 0h e 17h, também
foram cancelados 237 dos 1.265
vôos previstos (18,7%). Segundo a agência, os cancelamentos
ocorreram por "reorganização
da malha aérea e readequação
dos horários de vôos".
Na véspera de Natal, no entanto, o atraso foi maior. Segundo o boletim 66 da Anac, da
0h às 17h do dia 24, 424 vôos
(41,44%), de um total de 1.023,
saíram com pelo menos uma
hora de atraso. Outros 106 vôos
-10,3% do total- foram cancelados no mesmo período.
Aeronaves para transportar
passageiros da TAM foram cedidas pela FAB (Força Aérea
Brasileira) e pelas empresas
Varig, Ocean Air, Rico e Total.
Segundo informou a assessoria
da Anac, ontem a TAM ainda
continuava a utilizar um
Boeing 707 da FAB para cumprir seu estoque de reservas,
que foi suspenso desde a última
sexta-feira, por ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Conforme a Anac, de sexta
até ontem a FAB "realizou 15
vôos de embarque de 1.676 passageiros da TAM".
Ao determinar que a FAB
disponibilizasse aviões para
transportar passageiros que estavam em filas de espera nos
aeroportos, o presidente disse
que a Anac irá colocar pessoas
especializadas em cada um dos
embarques do país para informar, com precisão, as razões
pelas quais os embarques são
retardados ou cancelados.
A fiscalização na central de
reservas das empresas aéreas
será feita hoje a partir de São
Paulo, onde esse serviço é centralizado. A exceção é a central
da Varig, que opera no Rio.
Esse tipo de acompanhamento já vem sendo feito na
TAM desde a última sexta-feira. No mesmo dia, a Anac proibiu a empresa de vender bilhetes até que a situação se normalize. A venda de passagens além
da capacidade das aeronaves
foi, segundo a Anac, um dos
motivos do caos vivido nos
principais aeroportos do país
nos últimos dias.
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