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Para especialista, liberação controlada reduziria as mortes por armas de fogo
DA REPORTAGEM LOCAL
O argumento de quem usa o
spray de pimenta é a insegurança nas grandes cidades. Mas
apelar para uma solução pessoal -e ilegal- é justificável?
"Em uma sociedade como a
nossa, em que a violência é uma
realidade, você não pode querer impedir que o cidadão crie
caminhos que pareçam mais
confortáveis nessa convivência", diz a advogada Flávia Rahal, presidente do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de
Defesa). "Mas tem que ter parâmetro legal para isso."
Silvia Ramos, pesquisadora
do Cesec (Centro de Estudos de
Segurança e Cidadania), da
Universidade Cândido Mendes, crê que o argumento da insegurança é falho. "Sensação de
insegurança, todos nós temos",
diz. "O que faz com que a pessoa compre algo agressivo é um
sentimento de agressividade."
Quando foi um dos diretores
da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Robson Rubin
propôs a liberação do uso civil
do gás. Defensor radical da extinção de armas de fogo, ele crê
que a liberação (controlada) é
um passo importante para a
"redução da letalidade". "Sem
regulamentação, surge mercado clandestino", afirma.
Ele diz que sempre ouve amigas perguntando se podem levar o spray na bolsa. "Não é da
natureza da mulher usar o revólver, mas o spray ela usaria",
diz. E dá exemplos: "Você está
na praça com seus sobrinhos e é
atacado por um pitbull; ou a
mulher é atacada por um maníaco. Nesses casos, acho que
usar o spray é razoável, pois é
direito do cidadão se defender."
Para Guaracy Mingardi, diretor de políticas da Secretaria
Nacional de Segurança, "o Estado tem que coibir esse comércio. Agora, como é vendido
pela internet, fica complicado".
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