São Paulo, sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para especialista, liberação controlada reduziria as mortes por armas de fogo

DA REPORTAGEM LOCAL

O argumento de quem usa o spray de pimenta é a insegurança nas grandes cidades. Mas apelar para uma solução pessoal -e ilegal- é justificável?
"Em uma sociedade como a nossa, em que a violência é uma realidade, você não pode querer impedir que o cidadão crie caminhos que pareçam mais confortáveis nessa convivência", diz a advogada Flávia Rahal, presidente do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa). "Mas tem que ter parâmetro legal para isso."
Silvia Ramos, pesquisadora do Cesec (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania), da Universidade Cândido Mendes, crê que o argumento da insegurança é falho. "Sensação de insegurança, todos nós temos", diz. "O que faz com que a pessoa compre algo agressivo é um sentimento de agressividade."
Quando foi um dos diretores da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Robson Rubin propôs a liberação do uso civil do gás. Defensor radical da extinção de armas de fogo, ele crê que a liberação (controlada) é um passo importante para a "redução da letalidade". "Sem regulamentação, surge mercado clandestino", afirma.
Ele diz que sempre ouve amigas perguntando se podem levar o spray na bolsa. "Não é da natureza da mulher usar o revólver, mas o spray ela usaria", diz. E dá exemplos: "Você está na praça com seus sobrinhos e é atacado por um pitbull; ou a mulher é atacada por um maníaco. Nesses casos, acho que usar o spray é razoável, pois é direito do cidadão se defender."
Para Guaracy Mingardi, diretor de políticas da Secretaria Nacional de Segurança, "o Estado tem que coibir esse comércio. Agora, como é vendido pela internet, fica complicado".


Texto Anterior: Risco: Produto pode dar problemas no coração
Próximo Texto: Aeroportos: Gol e Varig atrasam menos e cancelam mais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.