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SARAH HORNBLAS (1934-2009)
A filha de poloneses preferiu o Brasil
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pairava a dúvida: ir ou ficar? Sarah Hornblas, filha de
imigrantes poloneses nascida em São Paulo, chegou a fazer com o marido um curso
preparatório para judeus que
pretendiam viver e trabalhar
em Israel. No final, decidiram continuar por aqui.
O marido, rapaz nascido
na Alemanha que chegou ao
Brasil aos seis anos, chamava-se Wolfgang Hornblas.
Para facilitar, abrasileirou-se
como Alberto, nome que acabou adotando oficialmente.
Ao se casar, Sarah foi cuidar
da casa e dos filhos, enquanto
o marido tocava a empresa de
ar-condicionado. Antes, a
moça, que perdera a mãe de
complicações de parto, duas
semanas após ter nascido, havia trabalhado numa creche,
cuidando de crianças e como
vendedora de chocolates da
Kopenhagen.
Como conta a filha Deborah, Sarah era brava, estilo
"sargentona", mas, no fundo,
tinha o "coração mole".
Muitos anos depois de ter
trabalhado na creche da Unibes (União Brasileiro-Israelita do Bem-Estar Social), voltou a ser voluntária de lá, no
bazar da instituição.
Fumante inveterada, só
abandonou o cigarro há cerca
de dois meses. Começou com
o hábito aos 12 anos e consumia um maço por dia.
Há cerca de um ano, quebrou o fêmur e disse que todo
mundo que se acidentava daquele jeito, naquela idade,
morria em pouco tempo.
Ela morreu na sexta, aos 75,
mas em decorrência de um
enfisema pulmonar. Teve
três filhos e cinco netos.
coluna.obituario@uol.com.br
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