São Paulo, domingo, 26 de dezembro de 2010

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Barra do Sahy é a que mais sofre com invasões ilegais

Ocupações são rastreadas por piloto de monomotor pago por moradores

Foram 130 invasões irregulares registradas de abril a setembro deste ano em 16 praias de São Sebastião

FÁBIO AMATO
ENVIADO ESPECIAL A SÃO SEBASTIÃO

Uma das praias mais badaladas de São Sebastião (litoral norte de São Paulo), Barra do Sahy é campeã em número de novas ocupações irregulares, mostra um levantamento patrocinado por veranistas da região.
Ao longo de seis meses -de abril a setembro deste ano-, um piloto de paramotor (espécie de paraquedas com motor) sobrevoou 16 praias que compõem a costa sul da cidade e fotografou indícios de novas invasões.
O levantamento identificou e acompanhou a construção de 130 barracos, erguidos de maneira irregular em áreas "congeladas" pela prefeitura ou então em áreas de preservação, onde esse tipo de intervenção é proibida.
Em Barra do Sahy foram identificados 37 (29% do total). Na sequência estão as praias de Maresias (31), Camburi (16) e Juqueí (12), também frequentadas por turistas e veranistas de alto poder aquisitivo de São Paulo.
O trabalho, como a Folha publicou em janeiro, começou experimentalmente, mas agora é usado na prática.
O levantamento foi pago pela Federação Pró-Costa Atlântica, que reúne donos de imóveis da costa sul de São Sebastião.

COBRANÇA
A entidade usa as fotos para pressionar o poder público a tomar medidas contra a construção irregular de barracos e casas.
Todos os indícios de invasão são encaminhados à Prefeitura de São Sebastião e à Polícia Militar Florestal para auxiliar os fiscais a localizar e demolir os barracos.
Em nota, a Prefeitura de São Sebastião informou que "vê com bons olhos todo apoio oriundo de ONGs ou outras entidades da iniciativa privada no sentido de conter as invasões em áreas de preservação no município".
Diz ainda que a maioria das irregularidades do tipo na cidade ocorrem em Áreas de Preservação Permanente e que já foi determinada "a elaboração de um plano de ação" para conter invasões.
Em 2010, de acordo com a administração do município, pelo menos 33 barracos foram demolidos e 93 autos de demolição foram lavrados.
Para a presidente da AmoVila (Associação de Moradores de Vila Sahy), a paranaense Aparecida Regina Pires Raimundo, 37, que há 11 anos vive na região, as invasões são relâmpago. Ela conta que casas e barracos são construídos no local em questão de dias, numa velocidade bem maior do que a da fiscalização.
"Quando os fiscais da prefeitura chegam, já tem gente morando", diz.


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