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Chuva derruba muro, arrasta 4 carros e fere 1
Por causa do temporal, os veículos foram jogados contra um quintal no Ipiranga; duas casas foram interditadas no local
O trânsito também foi comprometido, com ao menos 53 pontos de alagamento; 23 de Maio chegou a ficar interditada
WILLIAN VIEIRA
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A chuva forte que atingiu São
Paulo ontem causou o desabamento do muro de um estacionamento no Ipiranga, zona sul,
arrastando quatro carros contra um quintal, deixando um ferido e duas casas interditadas.
O trânsito também foi comprometido, com ao menos 53 pontos da cidade alagados -entre
eles a avenida 23 de Maio, que
teve o fluxo de carros interrompido nos dois sentidos da via.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou
155 km de vias congestionadas
às 19h30, índice alto para o período de férias escolares. O número chegou a superar 160 km
em medições parciais -inferior apenas ao registrado em 22
de dezembro (175 km, às 19h).
Por volta das 16h, antes da
chuva, a pista expressa da marginal Tietê, sentido Castello
Branco, foi fechada em razão de
um engavetamento de um carro, um ônibus e quatro caminhões. Uma pessoa morreu e
duas ficaram gravemente feridas no acidente, na altura da
ponte do Limão (zona norte).
A chuva levou ainda o CGE
(Centro de Gerenciamento de
Emergências) a colocar as regiões sudeste, centro, oeste e
sul da cidade (e a marginal Pinheiros) em estado de atenção
e a Infraero a fechar o aeroporto de Congonhas para pousos e
decolagens das 17h40 às 18h35.
Desabamentos
Com 1,3 m de água cobrindo a
avenida Doutor Gentil de Moura, no Ipiranga, zona sul, um estacionamento foi invadido pela
água e teve um muro e uma parede rompidos por volta das
18h, segundo a Defesa Civil. Foi
então que os quatro carros foram arrastados pela correnteza
e arremessados no quintal de
uma casa.
Lá, no banheiro, estava Erika
Silva dos Santos, 23, com os filhos Caike, de oito meses; Carlos Henrique, 2; e Jessika, 4.
"Quando escutei o barulho da
parede caindo, não deu tempo
de nada, só vi a água entrando e
cobrindo a gente até o pescoço", contou, ainda tremendo.
"Meus filhos ficaram boiando
na água barrenta, puxava um,
caía o outro, foi horrível, achei
que fossem todos morrer."
Mas não houve vítimas graves -um homem de 30 anos,
morador de uma das casas, sofreu uma lesão leve no joelho
esquerdo e no calcanhar direito
após a queda de uma porta, segundo o Corpo de Bombeiros, e
foi levado ao pronto-socorro.
"Eu moro aqui há 20 anos e
nunca vi uma inundação parecida", lamentava Ricardo Trevisan, 45, dono do estacionamento, enquanto olhava para
os entulhos no fundo do imóvel. Ele não sabia calcular ainda
o prejuízo com o imóvel.
"Mas sei que é culpa do Metrô", afirmou. "Faz três meses
que a rua está subindo, rachando, e eu tenho avisado o Metrô,
pedido a visita de um engenheiro, mas eles me ignoram", disse.
O local fica próximo da futura
estação Sacomã, em obras.
O Metrô informou que a queda do muro "não tem relação
com as obras da linha 2-verde"
e que o alagamento ocorreu
porque "o estacionamento fica
no ponto mais baixo da rua
Gentil de Moura; a água se acumulou nos fundos do imóvel,
que não tem vazão".
A nota diz ainda que "o estacionamento era monitorado
preventivamente desde setembro de 2008, como todos os outros do entorno da obra, mas
não apresentou nenhuma movimentação estrutural ou rachaduras que pudessem representar eventuais riscos".
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