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OAB quer que a PF apure morte de advogado
Ameaçado após testemunhar contra grupos de extermínio, Manoel Mattos Neto foi morto a tiros no sábado
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Pernambuco
quer federalizar o caso do advogado e vice-presidente do PT
no Estado, Manoel Bezerra de
Mattos Neto, 40, morto a tiros
no sábado, em uma casa de
praia em Pitimbu (63 km de
João Pessoa).
Segundo o presidente da seccional pernambucana da ordem, Jayme Asfora, há indícios
de que o crime "violou de forma
grave os direitos humanos",
além de possivelmente envolver dois Estados -o que permite a federalização.
Integrante da Comissão de
Direitos Humanos da OAB-PE,
Neto testemunhou na CPI do
Extermínio no Nordeste, em
2004, contra os chamados
"grupos de extermínio" que
agiam na região de Itambé
(PE), na divisa com a Paraíba.
Ameaçado de morte desde
então, ele chegou a ser protegido pela Polícia Federal, que desativou a segurança há cerca de
um ano com o argumento de
que o advogado desrespeitava
normas básicas de proteção e
colocava em risco não apenas a
sua vida, mas também a dos
agentes que o acompanhavam.
Segundo o presidente da
OAB-PE, não basta apenas que
a investigação policial seja feita
pela PF, solicitação feita ontem
pelo presidente nacional da ordem, Cezar Britto, ao Ministério da Justiça. "Acreditamos
que também a denúncia deva
ser feita pelo Ministério Público Federal e o julgamento, pela
Justiça Federal."
O secretário da Segurança da
Paraíba, Eitel Santiago de Brito
Pereira, disse que não se opõe à
federalização. "O que nos interessa é a solução do caso." Para
ele, a morte do advogado é um
"típico crime de pistolagem".
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