São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2009

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OAB quer que a PF apure morte de advogado

Ameaçado após testemunhar contra grupos de extermínio, Manoel Mattos Neto foi morto a tiros no sábado

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Pernambuco quer federalizar o caso do advogado e vice-presidente do PT no Estado, Manoel Bezerra de Mattos Neto, 40, morto a tiros no sábado, em uma casa de praia em Pitimbu (63 km de João Pessoa).
Segundo o presidente da seccional pernambucana da ordem, Jayme Asfora, há indícios de que o crime "violou de forma grave os direitos humanos", além de possivelmente envolver dois Estados -o que permite a federalização.
Integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PE, Neto testemunhou na CPI do Extermínio no Nordeste, em 2004, contra os chamados "grupos de extermínio" que agiam na região de Itambé (PE), na divisa com a Paraíba.
Ameaçado de morte desde então, ele chegou a ser protegido pela Polícia Federal, que desativou a segurança há cerca de um ano com o argumento de que o advogado desrespeitava normas básicas de proteção e colocava em risco não apenas a sua vida, mas também a dos agentes que o acompanhavam.
Segundo o presidente da OAB-PE, não basta apenas que a investigação policial seja feita pela PF, solicitação feita ontem pelo presidente nacional da ordem, Cezar Britto, ao Ministério da Justiça. "Acreditamos que também a denúncia deva ser feita pelo Ministério Público Federal e o julgamento, pela Justiça Federal."
O secretário da Segurança da Paraíba, Eitel Santiago de Brito Pereira, disse que não se opõe à federalização. "O que nos interessa é a solução do caso." Para ele, a morte do advogado é um "típico crime de pistolagem".


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