São Paulo, quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

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Falsa médica é suspeita de forjar roubo no interior

ARTUR RODRIGUES
DO "AGORA"

A Polícia Civil investiga se a mulher que disse ter sido vítima de assalto e tortura em Taubaté (140 km de São Paulo) inventou a história para acobertar uma tentativa de suicídio. O suposto assalto ocorreu no mesmo dia -quinta-feira- em que a Santa Casa de Misericórdia de São José dos Campos a denunciou à polícia por ter trabalhado no hospital por nove meses como falsa médica.
Bruna (nome fictício), 49, relatou à polícia ter sido abordada em uma farmácia em Taubaté por dois homens, um deles com uma faca. Disse, ainda, ter sido obrigada a pular no rio Paraíba do Sul de uma ponte a 15 metros de altura e que, ao resistir -por não saber nadar-, teve os pulsos cortados. Ela afirmou ter sido salva porque se agarrou à vegetação à margem do rio e, na manhã de sexta-feira, dois jovens a socorreram ao ouvi-la gritar.
Bruna disse que os ladrões fugiram com R$ 200.
A suspeita de fraude começou quando a Santa Casa descobriu que o registro no Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) de Bruna, contratada como médica, pertencia a outra mulher, Célia Maria Gonzaga Ferreira. "Ela foi chamada para esclarecer o caso, mas não compareceu. Depois, faltou ao trabalho. Então, fizemos um boletim de ocorrência", diz o provedor da Santa Casa, Benjamin Bueno.
Segundo ele, a mulher trabalhava na área de medicina do trabalho numa refinaria que contrata a Santa Casa.
Ao ser contratada, ela mostrou um diploma de médica da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas, de 1981. A universidade, porém, diz que, uma mulher com o mesmo nome se formou em 1982 e em outro curso -enfermagem.
A Folha identificou a mulher na edição de ontem por um nome fictício, Bruna, para preservar a identidade dela. Como o caso ainda está sob apuração, o nome fictício foi mantido.
Na Polícia Civil de Taubaté, Bruna oficialmente ainda é vítima no inquérito sobre o suposto roubo. A polícia disse ontem que ela pode ser investigada por falsa comunicação de crime caso seja comprovado que forjou o assalto. Ela não atendeu à reportagem ontem.


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