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Falsa médica é suspeita de forjar roubo no interior
ARTUR RODRIGUES
DO "AGORA"
A Polícia Civil investiga se a
mulher que disse ter sido vítima de assalto e tortura em Taubaté (140 km de São Paulo) inventou a história para acobertar uma tentativa de suicídio. O
suposto assalto ocorreu no
mesmo dia -quinta-feira- em
que a Santa Casa de Misericórdia de São José dos Campos a
denunciou à polícia por ter trabalhado no hospital por nove
meses como falsa médica.
Bruna (nome fictício), 49, relatou à polícia ter sido abordada em uma farmácia em Taubaté por dois homens, um deles
com uma faca. Disse, ainda, ter
sido obrigada a pular no rio Paraíba do Sul de uma ponte a 15
metros de altura e que, ao resistir -por não saber nadar-, teve os pulsos cortados. Ela afirmou ter sido salva porque se
agarrou à vegetação à margem
do rio e, na manhã de sexta-feira, dois jovens a socorreram ao
ouvi-la gritar.
Bruna disse que os ladrões
fugiram com R$ 200.
A suspeita de fraude começou quando a Santa Casa descobriu que o registro no Cremesp
(Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) de
Bruna, contratada como médica, pertencia a outra mulher,
Célia Maria Gonzaga Ferreira.
"Ela foi chamada para esclarecer o caso, mas não compareceu. Depois, faltou ao trabalho.
Então, fizemos um boletim de
ocorrência", diz o provedor da
Santa Casa, Benjamin Bueno.
Segundo ele, a mulher trabalhava na área de medicina do
trabalho numa refinaria que
contrata a Santa Casa.
Ao ser contratada, ela mostrou um diploma de médica da
PUC (Pontifícia Universidade
Católica) de Campinas, de 1981.
A universidade, porém, diz que,
uma mulher com o mesmo nome se formou em 1982 e em outro curso -enfermagem.
A Folha identificou a mulher
na edição de ontem por um nome fictício, Bruna, para preservar a identidade dela. Como o
caso ainda está sob apuração, o
nome fictício foi mantido.
Na Polícia Civil de Taubaté,
Bruna oficialmente ainda é vítima no inquérito sobre o suposto roubo. A polícia disse ontem que ela pode ser investigada por falsa comunicação de
crime caso seja comprovado
que forjou o assalto. Ela não
atendeu à reportagem ontem.
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