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Ensino de SP tem melhora, mas segue ruim
Dados são do Saresp, prova de português e matemática aplicada nas escolas estaduais paulistas; aluno de 3º ano tem nível baixo até para 8ª série
Das três séries que fizeram os exames, a 4ª do ensino fundamental foi a que mais melhorou; avanço foi tímido na 8ª e inexistente no 3º ano
FÁBIO TAKAHASHI
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O desempenho dos alunos
das escolas estaduais de São
Paulo melhorou sutilmente no
último ano, mas continua com
grandes defasagens. O do 3º
ano do ensino médio, por
exemplo, não chega nem ao esperado para a 8ª série.
As informações, divulgadas
ontem pela gestão José Serra
(PSDB), estão presentes na
análise do Saresp, prova de português e matemática aplicada
pelo governo estadual. Os resultados visam bonificar as escolas que melhoraram e identificar as dificuldades do sistema.
Para o secretário estadual da
Educação, Paulo Renato Souza,
os dados mostram que políticas
adotadas pela pasta melhoraram a rede, apesar "de a situação não ser satisfatória". Já
coordenadores da USP e da
Unicamp classificaram o resultado como "pífio" ou "tímido".
Das três séries que fizeram os
exames, a 4ª do ensino fundamental foi a que mais melhorou
no geral. O avanço foi mais tímido na 8ª série e inexistente
no 3º ano do ensino médio.
A prova também foi aplicada
para alunos das escolas particulares, mas só notas das públicas serão divulgadas. Na semana que vem, será possível saber
a média de cada estadual.
Na 4ª série, a nota subiu de
180 para 190,4 em português,
numa escala que vai a 500. Apesar da melhora, o nível está
abaixo do ideal (200 pontos),
segundo escala desenvolvida
pelo movimento Todos pela
Educação (que reúne pesquisadores de todo o país, alguns ligados à Secretaria da Educação).
No 3º ano do ensino médio, a
nota de português ficou estável
e a de matemática recuou de
273,8 para 269,4.
Como a escala de pontos é a
mesma para todos estágios, é
possível dizer que o desempenho dos alunos do último ano
do ensino médio em matemática é inferior ao esperado para a
oitava série (respectivamente
269,4 e 300 pontos). A 8ª série
está no nível esperado para a 6ª.
Análises
O secretário da Educação
disse ontem que 90% da melhora nos anos iniciais se deve à
implantação de materiais para
alunos e professores. Citou
também a bonificação em dinheiro para professor cuja escola melhora.
Para Romualdo Portela de
Oliveira, coordenador da pós-graduação da Faculdade de
Educação da USP, os resultados
são "pífios". "As variações são
muito pequenas. As notas do
ensino médio refletem problemas anteriores, curriculares".
Maria Marcia Malavasi, coordenadora do curso de pedagogia
da Unicamp, concorda. "O ensino médio não atende a necessidade do aluno trabalhador, que
já apresenta muita defasagem.
Mas o ensino fundamental ainda deixa muito a desejar.
A Secretaria da Educação afirmou que irá criar curso específico para professores de matemática, disciplina em que os docentes mais apresentaram dificuldades nas avaliações recentes.
Na de docentes temporários,
apenas 15% foram aprovados.
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