São Paulo, sábado, 27 de fevereiro de 2010

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Proibido, bolão ganha nome de "surpresinha" em agência lotérica

Casa de apostas de Ribeirão Preto dá só cópia do bilhete a apostador, prática que não é permitida pela Caixa Federal

Tradicionais bolões, mesmo vetados, continuam sendo oferecidos normalmente; Mega-Sena pode pagar hoje prêmio de R$ 70 milhões

ADEMIR TERRADAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Em algumas casas lotéricas de Ribeirão Preto (314 km de São Paulo), o popular bolão mudou de nome, mas continua a ser oferecido aos apostadores, apesar da proibição da Caixa Econômica Federal.
A Folha comprou ontem, em uma lotérica no centro da cidade, um jogo batizado como "surpresinha", em que 14 apostadores concorrem com 24 jogos automáticos de seis números. Cada um paga R$ 10. Se vender os 14, a lotérica tem um lucro de R$ 92 com o bolão, ou melhor, com a "surpresinha".
O único recibo emitido para o apostador é uma cópia dos bilhetes oficiais, que ficam em poder da casa lotérica. A funcionária que vendeu o bolão à reportagem informou que a assinatura do apostador responsável na parte superior da cópia garante o recebimento do prêmio, o que a Caixa nega.
Por telefone, a reportagem constatou que seis de dez casas lotéricas consultadas mantêm a venda de bolões. Em uma delas a funcionárias ofereceu também o serviço de entrega dos jogos gratuitamente.
Em outros estabelecimentos lotéricos, nem o nome mudou. Tudo para atrair o apostador em dia de prêmio recorde da Mega-Sena. O prêmio acumulado previsto para o sorteio de hoje é de R$ 70 milhões. O valor só é menor que o pago na Mega da Virada que, em 31 de dezembro do ano passado, rendeu prêmio de R$ 144 milhões.
A assessoria de imprensa das loterias da Caixa Econômica Federal informou que o bilhete original emitido pelo terminal da lotérica é o único documento que garante ao apostador o recebimento do prêmio.
Ainda de acordo com a assessoria, a venda de bolões é proibida e pode resultar em cassação do direito de correspondente lotérico. Um comunicado foi divulgado pelo banco nesta semana lembrando a proibição depois que 35 apostadores de Novo Hamburgo (RS) acertaram os seis números, mas não receberam prêmio de R$ 53 milhões porque o bolão comprado por eles não foi registrado pela lotérica.
Precavida, a copeira Neide Oliveira Galante, de Ribeirão, preferiu organizar o próprio bolão, com 34 colegas do banco onde trabalha. "Quero o prêmio para viver viajando, sem me preocupar com trabalho."


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