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Proibido, bolão ganha nome de "surpresinha" em agência lotérica
Casa de apostas de Ribeirão Preto dá só cópia do bilhete a apostador, prática que não é permitida pela Caixa Federal
Tradicionais bolões, mesmo vetados, continuam sendo oferecidos normalmente; Mega-Sena pode pagar hoje prêmio de R$ 70 milhões
ADEMIR TERRADAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Em algumas casas lotéricas
de Ribeirão Preto (314 km de
São Paulo), o popular bolão
mudou de nome, mas continua
a ser oferecido aos apostadores,
apesar da proibição da Caixa
Econômica Federal.
A Folha comprou ontem, em
uma lotérica no centro da cidade, um jogo batizado como
"surpresinha", em que 14 apostadores concorrem com 24 jogos automáticos de seis números. Cada um paga R$ 10. Se
vender os 14, a lotérica tem um
lucro de R$ 92 com o bolão, ou
melhor, com a "surpresinha".
O único recibo emitido para
o apostador é uma cópia dos bilhetes oficiais, que ficam em
poder da casa lotérica. A funcionária que vendeu o bolão à
reportagem informou que a assinatura do apostador responsável na parte superior da cópia
garante o recebimento do prêmio, o que a Caixa nega.
Por telefone, a reportagem
constatou que seis de dez casas
lotéricas consultadas mantêm
a venda de bolões. Em uma delas a funcionárias ofereceu
também o serviço de entrega
dos jogos gratuitamente.
Em outros estabelecimentos
lotéricos, nem o nome mudou.
Tudo para atrair o apostador
em dia de prêmio recorde da
Mega-Sena. O prêmio acumulado previsto para o sorteio de
hoje é de R$ 70 milhões. O valor só é menor que o pago na
Mega da Virada que, em 31 de
dezembro do ano passado, rendeu prêmio de R$ 144 milhões.
A assessoria de imprensa das
loterias da Caixa Econômica
Federal informou que o bilhete
original emitido pelo terminal
da lotérica é o único documento que garante ao apostador o
recebimento do prêmio.
Ainda de acordo com a assessoria, a venda de bolões é proibida e pode resultar em cassação do direito de correspondente lotérico. Um comunicado foi divulgado pelo banco
nesta semana lembrando a
proibição depois que 35 apostadores de Novo Hamburgo
(RS) acertaram os seis números, mas não receberam prêmio de R$ 53 milhões porque o
bolão comprado por eles não
foi registrado pela lotérica.
Precavida, a copeira Neide
Oliveira Galante, de Ribeirão,
preferiu organizar o próprio
bolão, com 34 colegas do banco
onde trabalha. "Quero o prêmio para viver viajando, sem
me preocupar com trabalho."
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