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Carnaval de bonecões é tradição no Estado de SP
Cabeções também animam as 36 cidades
ELIDA OLIVEIRA
DE SÃO PAULO
A folia em São Paulo vai
muito além dos repiques e
batuques das escolas de samba. No interior e no litoral,
bonecos gigantes animam os
foliões que vão atrás do cortejo e das marchinhas.
Segundo estimativa da Comissão Paulista de Folclore,
36 cidades do Estado têm
Carnaval com bonecos gigantes, cabeções (fantasias
com cabeças grandes) e bois
de saia (lembram um vaqueiro montado no boi).
"Esse número torna o Estado recordista em bonecos gigantes", diz o presidente da
comissão, Toninho Macedo.
Para ele, o Carnaval nesses
locais é "mais espontâneo",
porque não há plateia e todos
participam da festa.
A origem dos bonecões remonta, segundo ele, a Portugal e Espanha, que festejavam datas religiosas com
grandes bonecos. Eles simbolizavam a grandiosidade
divina, em contraponto à pequenez humana.
Em São Luiz do Paraitinga
(182 km de SP), os bonecos
estão em festas religiosas e
pagãs ao menos desde 1903,
segundo Benedito Campos
Netto, diretor de cultura.
Mas foi só em 1981 que os
bonecos invadiram o Carnaval da cidade. "Tudo se transforma quando eles saem: as
crianças vêm para a rua, a
festa ganha outra energia."
À frente dos blocos de marchinhas e congadas, os bonecões Juca Teles, Barbosa e
Maricota seguem os grupos
que levam seus nomes.
Em São José dos Campos
(97 km da capital), o grupo
Pirô-Piracuara tem 28 bonecões e 12 cabeções. O principal é a Nhá-Cuara, uma mulata criada há 24 anos.
O pesadelo de um morador
de Santana de Parnaíba (40
km da capital) deu origem à
procissão de almas -bonecões de caveiras com capas,
fantasmas e cabeções. Eles
saem toda sexta-feira de Carnaval, acompanhados por
bumbos e chocalhos.
Em Iguape (200 km de SP),
um Boitatá de quase sete metros, segundo o historiador
Carlos Alberto Pereira Jr.,
tenta contornar o Santuário
do Bom Jesus enquanto foliões o puxam pelo rabo,
"atrasando" o fim do cortejo.
O Carnaval em Ubatuba
(226 km da capital) tem boizinhos e bonecos que "recebem" os foliões na praça central. "Já quiseram tirar daqui
e levar para a avenida, mas
queremos manter a festa do
povo", diz Pedro Paulo Teixeira Pinto, presidente da
Fundação de Arte e Cultura.
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