São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 2011

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Carnaval de bonecões é tradição no Estado de SP

Cabeções também animam as 36 cidades

ELIDA OLIVEIRA
DE SÃO PAULO

A folia em São Paulo vai muito além dos repiques e batuques das escolas de samba. No interior e no litoral, bonecos gigantes animam os foliões que vão atrás do cortejo e das marchinhas.
Segundo estimativa da Comissão Paulista de Folclore, 36 cidades do Estado têm Carnaval com bonecos gigantes, cabeções (fantasias com cabeças grandes) e bois de saia (lembram um vaqueiro montado no boi).
"Esse número torna o Estado recordista em bonecos gigantes", diz o presidente da comissão, Toninho Macedo.
Para ele, o Carnaval nesses locais é "mais espontâneo", porque não há plateia e todos participam da festa.
A origem dos bonecões remonta, segundo ele, a Portugal e Espanha, que festejavam datas religiosas com grandes bonecos. Eles simbolizavam a grandiosidade divina, em contraponto à pequenez humana.
Em São Luiz do Paraitinga (182 km de SP), os bonecos estão em festas religiosas e pagãs ao menos desde 1903, segundo Benedito Campos Netto, diretor de cultura.
Mas foi só em 1981 que os bonecos invadiram o Carnaval da cidade. "Tudo se transforma quando eles saem: as crianças vêm para a rua, a festa ganha outra energia."
À frente dos blocos de marchinhas e congadas, os bonecões Juca Teles, Barbosa e Maricota seguem os grupos que levam seus nomes.
Em São José dos Campos (97 km da capital), o grupo Pirô-Piracuara tem 28 bonecões e 12 cabeções. O principal é a Nhá-Cuara, uma mulata criada há 24 anos.
O pesadelo de um morador de Santana de Parnaíba (40 km da capital) deu origem à procissão de almas -bonecões de caveiras com capas, fantasmas e cabeções. Eles saem toda sexta-feira de Carnaval, acompanhados por bumbos e chocalhos.
Em Iguape (200 km de SP), um Boitatá de quase sete metros, segundo o historiador Carlos Alberto Pereira Jr., tenta contornar o Santuário do Bom Jesus enquanto foliões o puxam pelo rabo, "atrasando" o fim do cortejo.
O Carnaval em Ubatuba (226 km da capital) tem boizinhos e bonecos que "recebem" os foliões na praça central. "Já quiseram tirar daqui e levar para a avenida, mas queremos manter a festa do povo", diz Pedro Paulo Teixeira Pinto, presidente da Fundação de Arte e Cultura.


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