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Minha casa é uma pintura
Galeria de grafites a céu aberto conta história de favelas no Rio dos tempos de quilombo aos dias de hoje
FELIPE CARUSO
DO RIO
As fachadas dos barracos
dos morros do Cantagalo e
Pavão-Pavãozinho, entre Copacabana e Ipanema, zona
sul do Rio, viraram telas.
Do grafite, fez-se a linguagem para contar a história
das favelas desde os tempos
de quilombo, passando pelos
imigrantes até os dias atuais,
de comunidade pacificada,
com 10 mil moradores.
A ideia de criar essa galeria
de arte a céu aberto veio da
ONG Museu de Favela.
A prática do presidente,
Carlos Esquivel, 32, o Acme,
grafiteiro nascido e criado no
Pavão, uniu-se ao estudo da
diretora de patrimônio da
ONG, a jornalista e moradora
do Cantagalo Rita de Cássia
Pinto, que pesquisava a história das favelas, para criar o
"Circuito das Casas-Telas".
Com recursos do Ministério da Cultura, 15 artistas de
Rio, Paraíba, Bahia, Ceará,
Pernambuco, São Paulo, Rio
Grande do Sul e França pintaram 26 casas-telas.
O roteiro de 2.050 passos
revela os quase 400 grafites
de Acme e de seus amigos espalhados pelas favelas.
Por ser nas ruas, as casas-telas estão expostas à ação
do tempo e das pessoas. As
obras já têm riscos, rasuras e
até relógios da Light.
"Isso é a evolução da arte.
Os grafites interagem com a
comunidade", diz Acme.
As visitas foram abertas
neste mês e são feitas por
agendamento no telefone
0/xx/21/2267-6374.
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