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Viações reduzem custos e linhas
DA REPORTAGEM LOCAL
A maior ocupação dos ônibus,
para os empresários, significa
maior produtividade. Mas não
quer dizer que a remuneração deles tenha subido na mesma proporção da alta dos passageiros.
A explicação é a forma de pagamento estabelecida nos contratos
de concessão por dez anos firmados em julho de 2003. Eles já previam a implantação do bilhete
único e a alta do sobe-e-desce e do
total de viagens. Assim, foi estabelecido um valor de pagamento aos
operadores independentemente
da tarifa fixada pela prefeitura.
Essa quantia varia conforme a
região de São Paulo, mas hoje, na
média, seria próxima de R$ 1 por
passageiro dos ônibus e de R$
0,70 por usuário das lotações. Ela
passou a ser adotada em 5 de março de 2005, mas a gestão Serra fará
uma revisão para elevá-las.
De julho de 2003 a março de
2005, a prefeitura adotou uma regra de transição que desconsiderava esses critérios. Na prática, tudo aquilo que era arrecadado acabava sendo partilhado entre os
operadores, que ainda recebiam
uma subvenção mensal próxima
de R$ 25 milhões, independentemente do número de viagens.
Por essa regra, em janeiro deste
ano as empresas de ônibus embolsaram R$ 132 milhões. No
mesmo mês de 2002, por exemplo, a remuneração total das viações, em valores atualizados, passaria hoje de R$ 140 milhões. Mas,
na época, a frota delas em operação era 15% superior à atual. Ou
seja, é como se hoje elas estivessem recebendo até menos no total, mas, como reduziram custos e
ficaram apenas com as linhas
mais lucrativas, ganham mais.
No segundo semestre de 2004,
um estudo do Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada),
apontava avanços no transporte
adotado por Marta Suplicy, mas
dizia que a "ênfase" das mudanças visava mais a "eficiência produtiva, procurando reduzir custos de operação e de coordenação
dos serviços do que a melhoria da
eficácia social e do atendimento à
população". A conclusão era respaldada pela redução das linhas
de ônibus e da frota.
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