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VIOLÊNCIA
Morte de 29 pessoas na Baixada não foi julgada
Quase 1 ano depois, maior chacina do Rio ainda permanece impune
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Um ato ecumênico e uma caminhada pela paz lembraram ontem
a maior chacina do Rio, quando
29 pessoas foram assassinados em
Nova Iguaçu e Queimados, na
Baixada Fluminense, em 31 de
março do ano passado.
Quase um ano depois, as famílias e amigos das vítimas ainda
aguardam as providências da Justiça e do Estado. A matança por
um grupo de extermínio formado
por policiais militares ainda não
foi a julgamento.
Além de 29 mortos, um homem
ficou ferido. Cledivaldo Silva, 47,
levou um tiro na perna direita e
hoje só anda de muletas.
Sem indenização
As promessas das autoridades
ficaram no papel. Indenizações
prometidas pelo Estado ainda
não foram pagas, apesar dos nomes dos beneficiados já terem sido publicados no "Diário Oficial"
há pelo menos seis meses.
"[A chacina] não pode ser esquecida. Para mim, parece que foi
ontem, a dor é a mesma, a revolta
é a mesma. É muito triste, mas
continuamos na luta", disse Creuza Regina Tavares, avó de Douglas Brasil, uma das 29 vítimas.
Douglas, que tinha 14 anos, foi
um dos nove assassinados no bar
Caíque, na rua Gama, em Nova
Iguaçu. Ele jogava fliperama no
momento da matança.
Cinco dos 11 PMs acusados de
envolvimento na chacina irão a
júri popular por 29 homicídios
qualificados -por motivo torpe e
recurso que impossibilitou a defesa das vítimas-, uma tentativa
de homicídio e formação de quadrilha. Outros dois responderão
apenas por formação de quadrilha. Quatro PMs foram liberados
por falta de provas.
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