São Paulo, terça-feira, 27 de março de 2007

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Avião cai 3.700 m e faz pouso de emergência

Piloto perdeu controle de aeronave da Pantanal que ia de Bauru a Congonhas; incidente foi há 10 dias

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Há dez dias, os 48 ocupantes do vôo 4769 da Pantanal Linhas Aéreas passaram por momentos de terror. O avião em que estavam, um turboélice ATR-42, despencou quase 12 mil pés (3,7 km) e o piloto só conseguiu controlar a aeronave a 5.200 pés (1,6 km) do solo.
O avião aguardava permissão para pousar em Congonhas, vindo de Bauru (SP), e as condições meteorológicas eram boas naquela altitude, 17 mil pés (5,2 km). Mas ao realizar uma curva, o aparelho "guinou" para a esquerda e começou a cair. O piloto perdeu o controle e teria sido auxiliado pelo rádio para reverter a queda de bico.
A tripulação conseguiu pousar no aeroporto em Campinas e foi necessário acionar o trem de pouso de forma emergencial porque esse equipamento também falhou. Não está claro se houve pane em algum equipamento de navegação.
O incidente foi classificado como "grave" pela Aeronáutica e uma investigação completa será realizada, nos mesmos moldes da efetuada na colisão do vôo 1907 da Gol com o jato Legacy em 29 de setembro de 2006, que deixou 154 mortos.
Os relatórios preliminares, com o relato da queda e sem especificar a pane, já foram concluídos. O documento final será divulgado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). A tripulação foi ouvida e os dados de voz e cabine já foram recuperados. O avião voava com 16.613 kg -seu peso máximo de decolagem é 16.700 kg.
A Pantanal foi procurada cinco vezes ontem para confirmar o incidente. No início da noite, a assessoria de imprensa informou apenas que as informações contidas no relatórios não são verdadeiras e que esse vôo não sofreu queda nem pane.
Segundo a empresa, havia apenas "forte turbulência" por causa de um "temporal" e o avião voava normalmente.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informa que o certificado de aeronavegabilidade do avião de matrícula PT-MFV está suspenso por "situação técnica irregular".
À passageira que se queixou, a empresa afirmou que o piloto fez "diversas e consecutivas manobras" para se afastar de "área de turbulência compacta e duradoura" para "garantir o conforto dos passageiros".


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